Golas antifumo podem provocar crises respiratórias agudas
A Associação de Proteção e Socorro alertou que as golas antifumo entregues à população, quando expostas ao calor, libertam substâncias que podem desencadear crises respiratórias agudas.
A Associação de Proteção e Socorro alertou hoje que as golas antifumo distribuídas à população, quando expostas ao calor, libertam substâncias que podem desencadear crises respiratórias agudas e tiveram de ser retiradas quando testadas em 2018 no incêndio de Monchique.
LEIA DEPOIS
Vaticano vai ter sistema para denunciar abusos sexuais
Golas libertam substâncias «com odor semelhante ao de plástico a arder»
Em comunicado, a Associação de Proteção e Socorro (APROSOC) diz que no ano passado, teve oportunidade de testar este material no incêndio de Monchique e foi obrigada a retirar as golas de imediato porque, com temperatura próxima dos 70º, libertam substâncias «com odor semelhante ao do fumo de plástico a arder, o que provocou irritação nas vias aéreas respiratórias».
A APROSOC alerta que este equipamento pode mesmo desencadear crises respiratórias agudas e recomenda que se complemente a análise feita a estas golas antifumo com a análise da qualidade do ar a inalar quando exposto o poliéster ao calor. O relatório preliminar pedido pela Proteção Civil ao Centro de Investigação de Incêndios Florestais concluiu que as golas antifumo distribuídas à população não se inflamam quando expostas ao fogo, chegando a furar quando testadas a cerca de 20 centímetros das chamas, mas sem arderem.
Os testes e o relatório do Centro de Investigação de Incêndios Florestais (CIIF), dirigido por Xavier Viegas, foram feitos após as notícias que davam conta de que estas golas eram feitas de material inflamável. O CIIF refere que o documento «constitui um relatório preliminar muito sucinto, uma vez que não foram ainda analisados muitos dos parâmetros que foram objeto de medição e registo durante os ensaios».
Estas golas antifumo estão no centro de uma polémica que já levou à demissão do adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, Francisco Ferreira, após ter sido noticiado o seu envolvimento na escolha das empresas para a produção das golas e dos ‘kits’ de emergência para o programa “Aldeias Seguras”. No sábado, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios, na sequência de notícias sobre golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa Aldeias Seguras.
LEIA MAIS
Previsão do tempo para quinta-feira, 1 de agostoPesca de sardinha com limite de capturas até 5 mil toneladas termina hoje
Siga a Impala no Instagram