Protestos em Hong Kong continuam. Governo chinês fala em «indícios de terrorismo»
Os protestos antigovernamentais em Hong Kong acontecem há mais de dois meses. Aeroporto cancela todos os voos devido a mais um protesto.
O Governo chinês aponta indícios de terrorismo em Hong Kong. «Os manifestantes radicais em Hong Kong usaram repetidamente objetos extremamente perigosos para atacar a polícia, o que é já um crime grave e revela os primeiros indícios de terrorismo», afirma o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês, Yang Guang.
LEIA DEPOIS
Motoristas: Associação patronal Antram rejeita ter subornado alguém para furar greve
Na semana passada, Yang denunciou «uma pequena minoria», que constitui «um sério desafio à prosperidade e estabilidade de Hong Kong». O porta-voz afirma que foram lançadas bombas incendiárias de fabrico artesanal contra a polícia. Esta segunda-feira, 12 de agosto, todos os voos com partida de Hong Kong foram cancelados, informou a autoridade aeroportuária local, após milhares de manifestantes pró-democracia terem invadido aquele que é um dos aeroportos mais movimentados do mundo.
Hong Kong: Aviões que estão no ar com permissão para aterrar
Os aviões que estão no ar com destino a Hong Kong continuam a ter permissão para aterrar, mas os restantes foram também cancelados, informou em comunicado a autoridade aeroportuária daquele território administrado pela China. A manifestação marcou o quarto dia consecutivo de protestos no centro da ilha de Lantau, depois de mais um fim de semana de confrontos entre a polícia e manifestantes em vários pontos da cidade, que resultaram em feridos e em pelo menos 16 detenções, que ultrapassam as 600 desde o início de junho.
Este foi também o nono fim de semana de protestos consecutivo, marcado pela posição assumida pelo Governo chinês ao declarar que vê «sinais de terrorismo» na oposição protagonizada pelos manifestantes, jovens na sua esmagadora maioria. «Os manifestantes radicais em Hong Kong usaram repetidamente objetos extremamente perigosos para atacar os polícias, o que constitui um crime sério e revela os primeiros sinais de terrorismo», disse porta-voz chinês do Gabinete de Assuntos de Hong Kong e Macau, Yang Guang.
Manifestantes exigem demissão do atual chefe de Governo
A contestação social começou em junho, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental. A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma «erosão das liberdades» na antiga colónia britânica, reivindicando também medidas para a implementação do sufrágio universal.
Desde meados de junho que os manifestantes exigem a demissão da atual chefe do Governo, um inquérito independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos. A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio de «um país, dois sistemas», precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa. Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
LEIA MAIS
Greve dos motoristas. Sindicato avisa que motoristas vão deixar de cumprir os serviços mínimos
João Rodrigues conquista a Volta a Portugal em bicicleta
Siga a Impala no Instagram