Grávida morre depois de passar uma semana com feto morto no útero

Agnieszka T. morreu, na passada terça-feira, depois de ter estado mais de um mês no hospital.

Grávida morre depois de passar uma semana com feto morto no útero

Agnieszka T. morreu, na passada terça-feira, depois de ter estado mais de um mês no hospital. De acordo com o The Guardian, a mulher polaca, que estava grávida de gémeos, perdeu o primeiro bebé e ficou com ele morto, no ventre, durante uma semana. Segundo a mesma publicação, a família acusa o Governo de ser responsável pela morte da mulher devido à restrita política de aborto na Polónia.

A mulher, de 37 anos, estava nos primeiros três meses de gravidez quando foi internada no hospital Virgem Maria, em Częstochowa, no dia 21 de dezembro. Segundo os familiares, citados pelo The Guardian, Agnieszka estava com dores  quando chegou ao hospital, mas encontrava-se “plenamente consciente e em boa forma física”.

O primeiro feto morreu no ventre a 23 de dezembro, mas os médicos recusaram-se a tirá-lo do útero da mãe, citando a legislação sobre o aborto. A família afirma que o estado de saúde da mulher “deteriorou-se rapidamente” a partir daquela momento. O hospital esperou até o batimento cardíaco do outro feto parar para retirar ambos os fetos, algo que só acontece uma semana depois.

Agnieszka morreu na terça-feira, após várias semanas a ver a sua saúde piorar. A família acredita que morreu de choque sético. No entanto, o hospital não identificou a causa da morte. Numa declaração emitida, na quarta-feira, o hospital revelou que os médicos fizeram tudo o que podiam para salvar a mulher. Contudo, não deixa claro se vai ser feita uma autópsia para apurar as causa da morte de Agnieszka.

A família da vítima alegou que o hospital recusou partilhar os resultados dos testes médicos da mulher alegando motivos de confidencialidade. Dizem também que os médicos insinuaram que o estado de saúde da mulher se deteriorou porque Agnieszka comeu carne crua e tinha a doença, vulgarmente conhecida, como “doença das vacas loucas”. O hospital omitiu essas informações na declaração emitida acerca da morte da mulher.

A morte de  Agnieszka  aconteceu um ano depois da Polónia ter introduzido leis muito restritivas sobre o aborto. Desde janeiro de 2021, as mulheres só podem abortar se a gravidez colocar em risco a saúde da mãe ou se for fruto de uma violação ou incesto.

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