Greves retêm corpos na morgue

As greves sucessivas de profissionais de Justiça e médicos legistas adiaram a realização de autópsias.

Greves retêm corpos na morgue

As sucessivas greves dos profissionais de Justiça e o feriado na segunda-feira em algumas zonas do país têm atrasado a realização de autópsias. Segundo o Correio da Manhã, há corpos retidos nas morgues que aguardam a realização de perícias. A greve dos médicos legistas também contribuiu para esta paralisação.

O Instituto de Medicina Legal adiou as autópsias devido à ausência de documentos que têm de ser remetidos pelos serviços do Ministério Público. Fonte do Ministério da Justiça refere à mesma publicação que a «chamada de um prestador de serviços externo para a realização de autópsias constituiria uma violação da lei da greve». Pelo que não há outra solução além de «aguardar pelo fim da greve».

Apenas uma das 24 delegações esteve em funcionamento

No primeiro dia da greve dos médicos legistas, que decorreu esta quarta-feira, 26 de junho, apenas uma das 24 delegações esteve em funcionamento, segundo o Sindicato Independente dos Médicos.

A greve pretende «salvar o Instituto de Medicina Legal», preservando-o como «instituição independente e na esfera pública», disse à Lusa o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

O dirigente sindical adiantou que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INNLCF) tem vindo ao longo dos anos «a ser fragilizado e depauperado» em termos de recursos humanos. «Hoje, cerca de dois terços do trabalho já são feitos por prestadores externos porque o Ministério da Justiça se tem recusado a, dignamente, reconhecer a carreira médica no instituto», adiantou.

Greve dos funcionários judiciais

Os funcionários judiciais realizaram esta terça-feira o primeiro de cinco dias alternados de greve em protesto pela integração de um suplemento de 10% no ordenado, estando ainda marcada uma concentração destes profissionais em Lisboa.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) marcou uma greve nacional alternada de cinco dias para protestar pela forma como o Governo lhes vai integrar um suplemento de 10% no ordenado, considerando que se trata de «uma redução efetiva do vencimento».

«A ideia que temos é a de que há muitos tribunais que podem estar completamente encerrados e outros em que a adesão se situa na casa dos 80 ou 90%. Há da parte dos oficiais de Justiça uma manifestação inequívoca de desagrado relativamente à forma como estão a ser tratados pelos Ministério da Justiça e pelo Governo», disse o presidente do Sindicato dos Funcionários de Justiça.

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