Tribunal da Guatemala autoriza entrada de investigador da ONU detido no aeroporto
As autoridades da Guatemala autorizaram a entrada no país de um investigador anticorrupção da ONU, detido durante 25 horas no aeroporto, que estará a averiguar eventuais irregularidades cometidas pelo Presidente Jimmy Morales na campanha eleitoral de 2015.
O colombiano Yilen Osorio, membro da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, foi autorizado a entrar no país por decisão do Tribunal Constitucional, o mais alto órgão judicial do país.
As autoridades tinham proibido Osorio de entrar no país alegando “razões de segurança e ordem pública”.
Cinco juízes do Tribunal Constitucional, reunidos de emergência no domingo, permitiram no domingo a entrada do investigador.
Em outubro, a Guatemala recusou vistos a outros 12 investigadores da ONU, tendo, em dezembro, retirado a imunidade e ordenado a expulsão de 11 funcionários da mesma comissão das Nações Unidas que investigava o Presidente Morales.
Os investigadores “deixaram de usufruir dos seus privilégios e imunidades”, informou então o Governo, afirmando que aquela entidade da ONU era uma “ameaça à paz” e tinha excedido as suas funções.
Representantes do Instituto Guatemalteco de Migração foram à sede da comissão para informar os funcionários que eles tinham “72 horas para deixar o país”.
O Presidente iniciou hostilidades contra a comissão em 2017, depois da agência da ONU e a procuradoria terem solicitado o levantamento dos privilégios presidenciais para investigar a corrupção no seio do Estado guatemalteco.
A comissão ganhou força em 2015 após revelar uma fraude aduaneira que levou à demissão do então Presidente Otto Pérez (2012-2015), que foi indicado como responsável pela fraude, além de apontar outros casos de corrupção.
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