Marido de 90 anos matou mulher de 93 em Paços de Ferreira «porque ela pediu»

Matou a mulher de 93 anos «porque ela pediu», confessa em tribunal um homem de 90 anos, a ser julgado em Penafiel. Diz que a vítima queria morrer para acabar com o sofrimento.

Marido de 90 anos matou mulher de 93 em Paços de Ferreira «porque ela pediu»

José Augusto Alves, de 90 anos, matou em outubro a mulher, de 93 anos, com dois tiros na cabeça. O crime deu-se em Raimonda, Paços de Ferreira, o julgamento começou esta segunda-feira, 6 de julho, no Tribunal de Penafiel. Sem conter as lágrimas, o homicida justificou o crime. Maria Assunção Alves ter-lhe-á pedido que lhe acabasse com o sofrimento. «A minha mulher pediu-me. Disse que só eu lhe podia tirar o sofrimento», justificou-se. Contou que a mulher sofria «com muitas dores» desde que partira a bacia, numa queda.

LEIA DEPOIS
Mãe de Beatriz Lebre dá condolências à família de Rúben. «É sempre uma perda»

Matou a mulher com 2 tiros

Numa cadeira de rodas e com dificuldades de audição, José Augusto teve de ser interrogado por escrito, mas respondeu de viva voz sobre o que o que se terá passado em 3 de outubro na casa do casal, em Raimonda. Preso desde o dia do crime, o arguido confessou ter disparado sobre a mulher. «Há duas ou três noites que não dormíamos porque ela tinha dores. Pediu-me para lhe dar um tiro. Para acabar com o sofrimento dela. Eu disse que não e ela disse-me que a tinha abandonado», relatou.

Estaria sentado na mesa da cozinha, ao lado da mulher, e que após insistência de Maria Assunção e «num ato de desespero» pegou na arma fez o primeiro disparo. «Dei-lhe um tiro, nem sei onde. Mas ela voltou a levantar-se e pediu para lhe dar mais um. E eu dei. E foi aí que ela caiu e ficou no chão», rdescreveu.

LEIA TAMBÉM
Maus-tratos levam mulher a tribunal por deixar cães de “ex” à fome e à sede

«Quem diz que batia na minha mulher é por vingança»

José Augusto Alves negou em tribunal alegadas agressões à mulher. Qualificou como vingança as acusações por parte de uma sobrinha da mulher, que denunciou episódios de violência, um dos quais com um banco, que levou a mulher ao hospital. «Nunca na vida lhe bati ou a insultei. Tivemos uma vida excecional e quem diz que batia na minha mulher é por vingança», disse, sob juramento.

Acusado também de detenção de arma proibida, o homem disse ter a arma, de calibre 6.35, «há mais de 50 anos» e que era a mulher quem a guardava, com «medo de dormir em casa». Na versão de José Augusto, foi Maria Assunção quem colocou a arma na mesa da cozinha, à disposição do marido para que lhe satisfizesse o pedido. Depois de cometer o crime, José Augusto telefonou a uma sobrinha e contou o sucedido. Depois, chamou o 112.

Foto:  Igor Rodrigues

LEIA AGORA
Lisboa regista mais agressões e roubos com recurso a arma branca

Impala Instagram


RELACIONADOS