O Hospital Universitário de Nantes, em França, foi condenado a pagar 61 mil euros por ter removido totalmente – e sem necessidade – o pénis de um paciente. O tribunal administrativo deu como comprovadas “infrações culposas” que levaram a esta operação. A vítima, de 30 anos, considera a condenação insuficiente e já expressou o desejo de recorrer da decisão.  Em 2014, foi-lhe diagnosticado erradamente um quadro avançado de carcinoma, um tumor maligno no órgão genital. Passou por sucessivas cirurgias para retirar algo que… não existia. No final, acabou sem pénis.

“Não se pode substituir a sensação de um pénis por sensores”

De acordo com a decisão do tribunal, o resultado é de total responsabilidade do hospital. Em entrevista ao France Bleu Loire Océan, o paciente manifestou sua indignação com o ocorrido. “Tenho ódio a este médico que não me ouviu. Jogou à roleta russa comigo”. A quantia que o hospital terá que pagar ao doente cobre os prejuízos tidos em conta pelo tribunal, entre os quais “danos morais” (12 mil euros), “défice funcional permanente” (16 mil euros) bem como o “dano sexual” (31 mil euros). “Não sinto nada”, garantiu. “Não se pode substituir a sensação de [ter] um pénis por sensores”, disse revoltado.

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A vítima, que pediu ao hospital um montante total de 976 mil euros já anunciou a intenção de recorrer. “Não permitirei que me humilhem”, disse em comunicado enviado pelo advogado, Georges Parastatis. “Este homem sofreu uma primeira morte psicológica por negligência médica e uma segunda hoje por este julgamento degradante da dignidade humana”, disse à AFP.

Foto: Shutterstock

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