De acordo com a edição impressa do JN desta segunda-feira, 10 de maio, os dois irmãos da bebé que morreu esquecida num carro na quinta-feira, 6 de maio, pela mãe, durante sete horas, no centro de Lisboa, foram entregues a familiares, mas estão a ser vigiados pela Segurança Social. Os pais ainda se encontram “em choque”, sob “forte medicação” e portanto “impossibilitados de acompanhar as crianças”.

A entrega dos dois irmãos a familiares aconteceu no dia da tragédia, para “as proteger”. Após o óbito da menina de dois anos ter sido confirmado no Hospital de Santa Maria, os pais receberam apoio psicológico. Tiveram de ser medicados “para enfrentarem o terrível sofrimento”. O estado em que se encontram não permitiu, por isso, a inquirição por parte dos inspetores da Polícia Judiciária (PJ), que investiga as circunstancias da morte.

Bebé esquecida num carro terá sido vítima de desidratação devido ao calor e a falência multiorgânica

Alegadamente, ter-se-á tratado de caso de negligência provocado pelo “extremo cansaço” da mãe, em consequência de agenda profissional sobrecarregada, em teletrabalho. A mulher tem 40 anos e é funcionária na área dos seguros. Tinha reuniões e serviços online marcados para aquela manhã de quinta-feira e o marido, também em teletrabalho, levou o filho mais velho à escola. A mãe ficou de levar os mais novos, mas apenas deixou o do meio no colégio, esquecendo-se da bebé.

Regressou a casa e só depois das 16h00 se apercebeu da situação. Terá sido alguém da creche a ligar a perguntar por que motivo a menina não tinha sido lá deixada. Os pais acorreram de imediato ao carro e “seguiram-se gritos de desespero”. Nada havia a fazer. A criança, que deve ser autopsiada nesta segunda-feira, 10 de maio, terá sido vítima de desidratação devido ao calor e de falência multiorgânica.

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