ISIS-K. O que se sabe sobre o grupo associado ao ataque bombista?
O atentado bombista desta quinta-feira, 26 de agosto, que fez mais de 100 mortos e 150 feridos, foi reivindicado pelo ramo afegão do Daesh conhecido como ISIS-K.
O atentado bombista desta quinta-feira, 26 de agosto, que fez mais de 100 mortos e 150 feridos, foi reivindicado pelo ramo afegão do Daesh conhecido como ISIS-K – Província de Khorasan. Quem é este grupo que está também associado a outros ataques na região? O ISIS-K é o mais extremista e violento de todos os grupos militantes jihadistas no Afeganistão, tendo também presença no Paquistão. É relativamente recente, tendo sido criado em janeiro de 2015, no auge do poder do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, e é responsável pelos mais sangrentos atentados dos últimos anos no Afeganistão.
O ISIS-K recruta tanto jihadistas afegãos como paquistaneses, especialmente membros desertores dos talibãs afegãos. O grupo está sediado na província oriental de Nangarhar, perto de rotas de tráfico de drogas e de pessoas dentro e fora do Paquistão. No auge, contavam com cerca de 3 mil combatentes, mas tiveram baixas significativas. As últimas estimativas apontam para um número entre os 500 e os mil combatentes, de acordo com a ONU.
Ataques a hospitais, casamentos e funerais
Estes radicais islâmicos são apontados como autores de um atentado a uma maternidade, em que homens armados mataram mulheres grávidas antes de se fazerem explodir. Nesse mesmo dia, o grupo orquestrou um ataque num funeral, matando 32 pessoas. Em agosto de 2019, revela ainda a imprensa internacional, reivindicaram a autoria de um atentado contra os xiitas durante um casamento em Cabul que resultou em 91 mortos. O ISIS-K reivindicou alguns dos atentados mais mortíferos dos últimos anos no Afeganistão e no Paquistão. Massacrou civis em mesquitas, hospitais e outros locais públicos. O grupo, extremista sunita, tem como alvo principal os muçulmanos que considera hereges, em particular os xiitas.
Relações com os talibãs
Embora se tratem de dois grupos radicais, existem profundas diferenças entre o ISIS-K e os talibãs. Estes últimos são acusados de abandonar a Jihad — a guerra santa — e o campo de batalha em favor de um acordo de paz com os Estados Unidos, em troca de certos benefícios. Por isso, os militantes do ISIS-K representam agora um grande desafio de segurança para o novo governo talibã, algo que a respetiva liderança partilha em comum com as agências ocidentais de inteligência. Por outro lado, estes grupos apresentam grandes diferenças quanto à estratégia dos seus atos, bem como ao nível teológico.
Além disso, os dois grupos têm ligação através de uma terceira organização, a rede Haqqani, ligada ao movimento talibã. Khalil Haqqani, homem responsável, da parte dos talibãs, pela segurança em Cabul, é apontado como o líder desta rede.
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