Israel e Hamas acordam cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns
Israel e Hamas aceitaram hoje um acordo de cessar-fogo para a Faixa de Gaza que prevê também a libertação de reféns, indicaram fontes próximas das negociações às agências noticiosas France-Presse e Associated Press, que citam mediadores.
O acordo, que acontece após semanas de negociações meticulosas na capital do Qatar, promete a libertação de dezenas de reféns israelitas mantidos pelo Hamas em várias fases, a libertação de centenas de prisioneiros palestinianos em Israel e permitirá que centenas de milhares de pessoas deslocadas em Gaza regressem ao que resta das suas casas.
Trump reage ao cessar-fogo em Gaza
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou hoje que o Governo de Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas chegaram a um acordo sobre a libertação dos reféns israelitas, que será publicado “em breve”. “Temos um acordo sobre os reféns”, saudou Trump, que toma posse no próximo dia 20. Os contactos tinham-se acelerado nos últimos dias e os principais mediadores, como os Estados Unidos e o Qatar, já tinham confirmado uma aproximação nas posições de Israel e o Hamas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, disse pouco antes do anúncio final que iria interromper a sua viagem à Europa para participar nas deliberações e votações do executivo. Mais de 46.700 pessoas foram mortas em Gaza na sequência da ofensiva militar lançada pelas forças israelitas após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. Cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 240 foram raptadas nesses ataques, das quais cerca de 100 estarão ainda detidas na Faixa de Gaza, desconhecendo-se o número de reféns mortos entretanto.
Blinken pede negociações para Blinken
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu hoje que o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza seja seguido de negociações para alcançar uma Blinken. O chefe da diplomacia norte-americana falava à rede televisiva CNN internacional no mesmo dia em que o grupo movimento islamita palestiniano Hamas deu a sua resposta afirmativa aos mediadores (EUA, Egipto e Qatar) em Doha relativamente à proposta de acordo, mas quando o pacto ainda não tinha sido oficialmente anunciado.
As partes teriam concordado com a retirada progressiva das tropas israelitas da cidade de Rafah, no sul, na fronteira com o Egito, na primeira fase. Na segunda e na terceira fases, Israel e o Hamas negociariam a saída das tropas do corredor Filadélfia.
Hamas confirma cessar-fogo
Um alto dirigente do Hamas confirmou hoje que o grupo islamita palestiniano deu aval ao acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza com Israel e à libertação dos reféns que mantém em sua posse. A aceitação do Hamas ao acordo, nas negociações que decorrem em Doha, foi confirmada por Basem Naim, citado pela imprensa israelita, e a cadeia televisiva al-Jazeera também obteve junto do grupo palestiniano a indicação da sua luz verde ao entendimento.
Embora Israel ainda não tenha confirmado oficialmente a sua anuência ao acordo, milhares de palestinianos celebraram na Faixa de Gaza hoje à noite as primeiras notícias de um cessar-fogo, ao fim de mais de 15 meses de guerra. Em Deir el-Balah, no centro do pequeno território, centenas de pessoas demonstraram a sua alegria em frente ao Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, dançando ou agitando bandeiras palestinianas, segundo um jornalista da agência France Presse (AFP).
Cláusulas do acordo de cessar-fogo em Gaza “não fechadas”
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje esperar concluir esta noite o acordo de cessar-fogo em Gaza, frisando que ainda há cláusulas por fechar. “Perante a posição firme do primeiro-ministro Netanyahu, o [movimento islamita palestiniano] Hamas recuou na sua exigência de última hora para alterar a distribuição de forças no Corredor de Filadélfia”, refere o comunicado.
O chamado Corredor de Filadélfia é uma zona tampão desmilitarizada de 14 quilómetros de comprimento e 100 metros de largura, que se estende ao longo de toda a fronteira entre o Egito e Gaza.
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