Israel nega ataque mortal a hospital em Gaza

Os militares israelitas negaram hoje ter disparado contra o hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, alegando que estavam a realizar operações antiterroristas “nas proximidades” deste estabelecimento de saúde.

Israel nega ataque mortal a hospital em Gaza

“Ao contrário do que foi noticiado nos últimos dias, o Exército israelita não atacou o hospital Kamal Adwan nem realizou quaisquer operações no seu interior”, disseram as autoridades militares de Israel num comunicado, acrescentando que continuam a lutar “contra terroristas na região de Jabaliya, incluindo perto do hospital Kamal Adwan”.

Segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, 30 pessoas foram mortas nos ataques na zona do hospital Kamal Adwan.

Imagens divulgadas a partir do hospital pelo seu diretor, Hussam Abu Safiya, mostram uma fila de pelo menos 16 corpos envoltos em lençóis brancos no pátio do centro, incluindo o de pelo menos uma criança.

Safiya diz que a situação no seu hospital é “catastrófica”, após os ataques israelitas contra a unidade de saúde.

“Há muitos mortos e feridos, incluindo quatro mortos que faziam parte das equipas médicas do hospital. Não há mais cirurgiões”, avisa Safiya.

O diretor garante que o Exército israelita bombardeou e disparou contra as zonas norte e oeste do hospital, tendo depois enviado dois soldados com um altifalante para dentro do centro para ordenar a sua evacuação.

“Ordenaram-me que retirasse todos os doentes e equipamento médico, e também que evacuasse o pátio do hospital e obrigasse todos a dirigirem-se para o posto de controlo”, explicou Safiya.

A grupo islamita Hamas, que controla o enclave de Gaza, denunciou a campanha israelita contra Kamal Adwan como uma intensificação da “limpeza étnica, deslocação forçada e destruição criminosa de todos os meios de subsistência no norte da Faixa de Gaza”.

Durante os ataques desta noite, os israelitas atingiram os geradores de oxigénio do centro hospitalar, onde restam apenas dois cirurgiões inexperientes para realizar as operações, segundo o diretor do estabelecimento de saúde.

“Foram obrigados a começar a operar apesar da falta de experiência, há 20 feridos que necessitam de tratamento urgente”, lamentou Abu Safiya.

As equipas da Defesa Civil, encarregadas de recolher os corpos nos escombros e nas ruas de Gaza, continuam impossibilitadas de trabalhar na zona sitiada devido à ofensiva israelita.

Desde que Israel iniciou a sua campanha de ataques contra Gaza, a 07 de outubro de 2023, em resposta aos ataques de militantes palestinianos em território israelita, mais de 44.500 palestinianos foram mortos no enclave, dos quais 70% são mulheres e crianças, segundo o mais recente relatório Ministério da Saúde.

RJP // APN

By Impala News / Lusa

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