Itália desembolsa 35 ME para centro de transformação de alimentos em Moçambique
O Governo italiano vai desembolsar 35 milhões de euros para a construção de um centro agrário para transformação de alimentos na província de Manica, centro de Moçambique, avançou hoje à Lusa fonte oficial.
“Esta é uma colaboração muito importante que vamos lançar com Moçambique no que nós chamamos de sistema integrado de transformação de alimentos (…). São 35 milhões de euros que serão investidos num centro para transformação de alimentos”, declarou à Lusa o diretor-geral para cooperação e desenvolvimento da Itália, Stefano Gatti, momentos após assinar o acordo para a implementação do projeto com o ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Max Tonela, em Maputo.
A infraestrutura, cujo arranque das obras está previsto para o próximo ano, será construída na província de Manica, no centro de Moçambique, e, além do apoio financeiro, caberá à Itália garantir a formação de quadros moçambicanos que vão estar envolvidos na iniciativa.
“Este é o primeiro passo de uma colaboração de longo prazo no setor de alimentos e sua transformação, onde nós vamos trazer, para Moçambique, a experiência da Itália, que é tida como potência mundial neste setor”, declarou Stefano Gatti.
“Moçambique e Itália não são só parceiros. São também irmãos”, frisou Stefano Gatti, lembrando papel de Roma para o alcance do histórico Acordo Geral de Paz, entre o então Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, e o falecido líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, assinado na capital italiana em 1992, marcando o fim da guerra civil dos 16 anos no país africano.
O ministro da Economia e Finanças de Moçambique avançou que a iniciativa faz parte dos esforços que os dois governos estão a tomar para acelerar a cooperação económica, um compromisso assumindo em julho de 2022, quando o chefe de Estado italiano, Sergio Mattarela, visitou o país africano.
“Agradecer esta visita da delegação italiana a Moçambique. Para além desta equipa, há uma bem mais alargada que também está em Maputo, envolvendo também o setor privado. Esta iniciativa faz parte das medidas que os dois governos têm estado a tomar para fortalecer as relações históricas existentes”, frisou Max Tonela.
A delegação italiana liderada por Stefano Gatti vai trabalhar em Moçambique até quarta-feira.
A Itália era em 2020, data das mais recentes estatísticas oficiais, o principal destino das exportações de Moçambique para a União Europeia (UE), constituídas sobretudo por alumínio.
No outro prato da balança, a Itália era o segundo país da UE (depois de Portugal) na lista das importações, fornecendo a Moçambique principalmente produtos químicos e peças metálicas para infraestruturas.
No setor petrolífero, em novembro de 2022, a italiana Eni liderou o início da exploração de gás natural nas reservas da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, através de uma plataforma flutuante estacionada cerca de 40 quilómetros ao largo de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
EAC // JMC
By Impala News / Lusa
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