Jeni Haynes, a mulher que criou 2 mil personalidades para lidar com abusos do pai
Jeni Haynes não nasceu com múltiplas personalidades. Desenvolveu-as ao longo da infância, quando foi repetidamente torturada e abusada sexualmente pelo pai.
Jeni Haynes sofre de transtorno dissociativo de identidade, anteriormente conhecido como transtorno de personalidades múltiplas, após ter sido abusada sexualmente pelo pai, Richard Haynes, durante a infância. Tinha apenas quatro anos quando a família se mudou de Londres para Austrália. Após a mudança de continente, os abusos tornaram-se frequentes, praticamente diários. “O abuso foi calculado e planeado. Foi deliberado e ele aproveitou cada minuto”, disse ao tribunal. “Ele ouviu-me a implorar para que parasse, ouviu-me a chorar, viu a dor e o terror que estava infligir-me, viu o sangue e os danos físicos que causou. E no dia seguinte escolheu fazer tudo de novo”, lamentou.
Para ajudar a lidar com tudo isto, a mente de Jeni criou novas identidades para distanciá-la da dor. Com o tempo, diz ter criado mais de duas mil personalidades distintas para sobreviver. Este mecanismo foi inicialmente recebido com ceticismo mas as opiniões mudaram assim que testemunhou em tribunal. Uma delas, uma menina de quatro anos chamada Symphony. “Não sabia que era suposto ter apenas uma personalidade. Então criei pessoas. Criei pessoas para lidar com coisas com as quais não conseguia lidar”, explicou numa entrevista para o programa 60 Minutes Australia.
“É um ato de amor e não uma doença mental”
Argumentou que as personalidades não tinham nada que ver com o mundo exterior. Disse que este transtorno é “um ato de amor e não uma doença mental ou qualquer tipo de jogo em que finge ser outra(s) pessoa(s). Estás-te a proteger”, acrescentou. “Estás a proteger a tua alma”. Relembrou como estas personalidades tentavam ajudá-la a proteger-se do pai. Uma delas, com sotaque americano, encorajava-a a sair da sala para evitar mais abusos. As personalidades criadas ajudaram Jeni a ganhar o caso. Richard Haynes foi condenado a 45 anos de prisão pelos crimes cometidos.
Foto: Reprodução YouTube
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