O ‘breast ironing‘ consiste em pressionar ferros quentes no peito para atrasar o crescimento dos seios. Esta é uma prática comum em África, mas que tem vindo a ganhar expressão na Europa, especialmente no Reino Unido.

Um investigação do jornal ‘The Guardian’ revela dezenas de casos de jovens, que ainda antes de entraram na puberdade, pressionam ferros quentes no peito em formação, quebrando o tecido e achatando o formato do mesmo.

O ‘breast ironing’ abrange meninas a partir dos oito anos de idade, período que antecede a puberdade. O objetivo é impedir o crescimento das mamas e, assim, afastar os olhares masculinos.

Esta tradição atinge quase quatro milhões de pré-adolescentes, em todo o mundo, uma vez que não acontece apenas em África. A prática está a enraizar-se noutros países – dentro das comunidades africanas.

A chefe do grupo «Came Women and Girls Development Organisation», Margaret Nyuydzewira, estima que apenas no Reino Unido, 1000 jovens tenham sido submetidas a esta prática.

O cancro da mama é uma das consequências apontadas

Os médicos e enfermeiros de Inglaterra alertam para os riscos que tradição pode acarretar. Citados pelo ‘The Guardian’, os especialistas advertem para os traumas associados à violência dessa prática, o perigo de desenvolver infeções, malformações e a impossibilidade de vir a amamentar. O cancro da mama é outra das consequências apontadas pelos especialistas.

O jornal britânico questionou algumas das pessoas da comunidade onde a tradição é comum, que revelaram que esta prática é a forma encontrada para proteger as jovens da atenção masculina indesejada, do assédio sexual e também da violação.

As praticantes justificam os seus atos às autoridades como sendo tradição.

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