Juiz Carlos Alexandre pediu prisão preventiva para Joe Berardo
Juiz Carlos Alexandre não deixou margem para dúvidas: só a prisão preventiva acautela o perigo de fuga e de destruição de provas de Joe Berardo. Ministério Público tem outro entendimento.
O juiz Carlos Alexandre não deixou margem para dúvidas: só a prisão preventiva acautela o perigo de fuga e de destruição de provas de Joe Berardo, que tem conseguido diluir património e manter uma vida de luxo quando não tem qualquer bem em seu nome. O superjuiz – que aceitou obrigar o empresário madeirense a pagar a maior caução da história da Justiça portuguesa, cinco milhões de euros – lembrou ainda que o colecionador de arte é sul-africano.
Conceder-lhe cinco dias para entregar o passaporte é dar-lhe via verde para escapar do país, entende o magistrado. Caso se refugie naquele país, não poderá ser extraditado. Apesar destas considerações, Carlos Alexandre diz, no início do despacho, que quem tutela a ação penal é o Ministério Público e que aceita que a magistrada que não pediu a preventiva tenha outro entendimento. Determina então a aplicação de medidas que foram pedidas pela acusação, não acrescentando qualquer outra.
Número de crimes aumenta
Berardo fica também proibido de contactar o seu advogado e tem vinte dias para explicar como tenciona pagar a caução. O passaporte também será entregue. Outra novidade desta maratona judicial é o número de crimes. Berardo começou a responder por onze, saiu do Tribunal Central indiciado por 13. Carlos Alexandre imputa-lhe oito crimes de burla qualificada, um de branqueamento de capitais, um de fraude fiscal qualificada, dois de abuso de confiança e um de descaminho da coisa pública (destruição de documentos).
Tal como dá conta o Correio da Manhã, o superjuiz validou ainda os indícios recolhidos pela Polícia Judiciária de que a fraude do colecionador de arte aos bancos ascende a quase mil milhões de euros.
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