Mafioso italiano paraplégico apanhado em Lisboa com covid-19
Francesco Pelle, de 44 anos, era, apesar de paraplégico e numa cadeira de rodas desde 2005, um dos mafiosos mais perigosos e procurados de Itália.
Francesco Pelle, de 44 anos, era, apesar de paraplégico e numa cadeira de rodas desde 2005, um dos mafiosos mais perigosos e procurados de Itália.
Fugiu pela última vez em 2019 ao ver confirmada uma pena perpétua após décadas de crime, guerras de clãs, homicídios e massacres. Foi detido esta segunda-feira, 29 de março, pela Unidade Nacional Contraterrorismo da PJ, quando estava internado no Hospital de São José, em Lisboa, com covid-19.
O homem é um dos dirigentes da Ndrangheta, máfia da região de Calabria e deverá ser extraditado para Itália. Estava na lista dos 30 mais procurados em Itália.
Terá sido localizado por polícias italianos, que ontem anunciaram a detenção. A pena perpétua, confirmada pelo Supremo italiano em junho de 2019, diz respeito a um massacre na noite de Natal de 2006.
Pelle foi atingido com na coluna e ficou paraplégico
De acordo com os relatos em Itália, Pelle foi, em 2005, atingido a tiro na coluna quando segurava o filho recém-nascido. Ficou paraplégico. Jurou vingança e instigou o ataque de Natal ao rival Giovanni Nirta, matando a mulher deste e dando visibilidade à ‘Vendetta [vingança] de San Luca’ entre os dois clãs.
Até agosto de 2007, cinco outros homicídios foram atribuídos a esta guerra de famílias. E no dia 15 desse mês, seis membros do clã de Pelle foram mortos a tiro em Duisburg, Alemanha, onde se tinham refugiado.
Seguiram-se uma série de detenções, forçando as chefias da Ndrangheta a impor um cessar fogo no santuário de Nossa Senhora de Polsi, onde tinham as suas ‘crimini’ (reuniões anuais).
Não é a primeira vez que Pelle é detido num hospital. Em setembro de 2008, polícias disfarçados de médicos infiltraram-se no hospital de Pavia onde ele fazia fisioterapia, à conta do Estado, com nome falso.
Solto em 2017 por excesso de preventiva, fugiu em 2019 até ser agora detido em Lisboa – a PJ não quis ontem comentar a operação por ser “prematuro”.
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