Mais de 40 pessoas foram mortas em ataques a aldeias na Nigéria
Mais de 40 pessoas foram mortas na quarta-feira numa série de ataques a aldeias no centro da Nigéria, segundo um novo balanço das autoridades locais e da Cruz Vermelha, enviado hoje à agência de notícias France Presse.

Um responsável da Cruz Vermelha afirmou hoje que o número de mortos é “superior a 40, a maioria mulheres e crianças”.
Contudo, Farmasum Fuddang, funcionário do governo local do estado de Plateau aponta outros dados.
“Enterrámos mais de 30 pessoas ontem [quinta-feira]” e um total de 48 corpos foram recuperados após uma série de ataques na quarta-feira, indicou.
No balanço anterior, as autoridades locais anunciaram que 10 pessoas tinham morrido nos ataques.
Farmasum Fuddang atribuiu a violência nas aldeias aos pastores muçulmanos Fulani. O estado nigeriano de Plateau, onde ficam as aldeias atacadas, está entre o norte predominantemente muçulmano e o sul maioritariamente cristão.
A violência étnica e religiosa ocorre frequentemente neste estado nigeriano e está a ser agravada por conflitos de terra entre pastores muçulmanos Fulani e agricultores predominantemente cristãos.
Segundo Fuddang, a violência foi o resultado da “limpeza étnica e religiosa” por parte de agressores que falam o dialeto Fulani utilizado pelos pastores Fulani. Mas, de acordo com os investigadores, os fatores que impulsionam o conflito no estado de Plateau são mais complexos.
Com o crescimento populacional, a área de terra utilizada pelos agricultores aumentou num contexto em que as pastagens estão sob forte pressão devido às alterações climáticas.
A apropriação ilegal de terras, as tensões políticas e a mineração ilegal agravam ainda mais os conflitos.
Um ataque na aldeia de Ruwi, no final de março, em circunstâncias semelhantes às de quarta-feira, fez 10 mortos. Homens não identificados “apareceram na aldeia e dispararam vários tiros”, disse o responsável da aldeia, Moses John, à AFP.
As tensões têm vindo a aumentar no estado desde que 200 pessoas foram mortas num ataque sangrento a uma aldeia predominantemente cristã, em dezembro de 2023.
Em maio do ano passado, cerca de 40 pessoas foram mortas e foram incendiadas casas na cidade de Wase.
CSR // SB
By Impala News / Lusa
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