Médica desvaloriza derrame cerebral: «Não é motivo para vir às Urgências»

“Uma dor de cabeça não é motivo para vir às Urgências”, terá dito uma médica do Hospital de S. João, no Porto, em abril de 2017.

Médica desvaloriza derrame cerebral: «Não é motivo para vir às Urgências»

“Uma dor de cabeça não é motivo para vir às Urgências“, terá dito uma médica do Hospital de S. João, no Porto, em abril de 2017. Francisco Magalhães, de 64 anos, deu entrada naquela unidade hospitalar com fortes dores de cabeça e com episódio de desmaio e vómitos. Apesar disso, teve alta passado 12 horas, sem ter sido alvo de qualquer exame. “Fiquei a soro horas. Depois a médica deu-me alta e disse que com dores de cabeça não se vem ao hospital. Fiquei a olhar para ela. Sou bombeiro e sabia que aquela dor não era normal”, explicou o homem.

Resposta chegou quatro anos depois

Tal como escreve o Correio da Manhã, no dia seguinte as dores voltaram, acompanhadas por falta de visão. “Liguei à Saúde 24, queriam-me mandar para o S. João e eu recusei. Fui ao Pedro Hispano, Matosinhos e lá, após duas TAC, fiquei três semanas internado e continuo a ser seguido”, relata. Era uma trombose venosa cerebral que lhe deixou sequelas na visão para o resto da vida. Acredita que se inicialmente tivesse tido um tratamento adequado poderia não ter consequências tão nefastas. Assim que teve alta, fez uma reclamação no S. João. A resposta chegou… quatro anos depois. Vêm dizer que lamentam. A Ordem dos Médicos também mandou carta a dizer que poderia fazer queixa. Agora que prescreveu. Isto não se faz”, lamenta.

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