Menina de 12 anos morre após três idas ao hospital e médicos falharem diagnóstico
Menina de 12 anos morre “de algo evitável após oito dias de sofrimento”. Emma Martínez Gascón queixou-se de fortes dores abdominais, febre e vómitos, que se prolongavam há uma semana. Os médicos consideraram que se tratava de sintomas da primeira menstruação ou de um vírus.
Emma Martínez Gascón, de 12 anos, morreu esta segunda-feira (6) de peritonite, no Hospital Clínico de Valência, Espanha, após três idas às urgências, oito dias de sofrimento e médicos falharem diagnóstico.
A criança queixava-se de fortes dores abdominais, acompanhadas de episódios de febre e vómitos, que se prolongavam há uma semana. Nas várias visitas ao hospital, não lhe foi diagnosticada qualquer anomalia. Os médicos consideraram que se tratava de sintomas associados à primeira menstruação ou até de um vírus.
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“Como é que depois de três visitas ao médico com a menina naquele estado eles não foram capazes de lhe fazer uma ecografia ou uma análise ao sangue?”, questionam os pais em entrevista El País. Pedro Gascón acredita que a filha “morreu de algo evitável depois de oito dias de sofrimento”.
Os médicos disseram-lhes que a causa de morte de Emma foi “peritonite purulenta”, uma infeção na membrana que envolve o intestino (peritoneu), que acabou por provocar uma infeção generalizada.
Família de Emma quer apresentar queixa contra hospitais
A família pretende apresentar queixa contra a administração dos hospitais por negligência médica. Citadas pelo El País, fontes da Secretaria Municipal de Saúde de Valência lamentaram “profundamente o sucedido” e garantiram à família que “tudo o que se passou será analisado”.
Emma Martínez Gascón queixava-se de fortes dores abdominais, teve febre e vómitos. No domingo 29 de janeiro, a mãe decidiu levá-la ao Centro de Urgências localizado em Viver, onde o médico de serviço não detetou nada de grave.
“A minha esposa perguntou-lhe se poderia ser apendicite, já que temos um histórico de apendicites na família. O médico respondeu-lhe que não achava que fosse isso, mas que poderia ser a sua primeira menstruação ou um vírus do estômago”, conta o pai da menina ao jornal El País.
Emma foi mandada para casa, mas o seu estado de saúde foi piorando. As dores abdominais ficaram mais fortes, de tal forma que não conseguia dormir. Na quinta-feira, dia 2 de fevereiro, a mãe voltou a levar a filha ao Centro de Urgências de Viver, onde foram atendidas por um outro médico de serviço que repetiu o mesmo diagnóstico do anterior.
“Quando eu regressei a casa na sexta-feira [após uma viagem de trabalho] e olhei para a cara da minha filha… ela nem conseguia estar de pé. No dia seguinte de manhã, pelas 11:30, levei-a ao hospital”, conta o pai, referindo-se ao hospital da região, localizado em Sagunto, relata a TVI.
Médicos tentaram reanimar Emma durante “duas horas”, mas era tarde demais
“Ficámos lá até às 17:00 da tarde. Eles fizeram-lhe análises à urina e auscultação abdominal, observaram-lhe a língua branca e pouco mais. Devem ter visto que os resultados das análises à urina estavam normais e mandaram-nos para casa”, acrescenta.
No domingo, 5 de fevereiro, Emma desmaiou. “Fomos para o Centro de Emergência de Viver porque era o que tínhamos mais perto. Ela entrou em paragem cardiorrespiratória, eles usaram um desfibrilhador. Chamaram uma ambulância, que chegou em 12 minutos. Conseguiram estabilizá-la e transportaram-na para o Hospital Clínico de Valência, onde toda a equipa médica pediátrica já estava à espera dela para a operarem”, conta o pai.
“Depois, voltou a entrar em paragem cardiorrespiratória. Eles ainda tentaram reanimá-la durante cerca de duas horas. Acabou por morrer às 02:00 da manhã”, revela.
Foto : Rodolfo Sanches Carvalho na Unsplash
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