Ministra de Bolsonaro acusada de ter sequestrado a menina que trata como filha
O caso de Lulu está a tornar-se polémico no Brasil. A versão da tribo e a da ministra diferem bastante
A reportagem é da revista Época e conta como, há cerca de 15 anos, Damares Alves foi à aldeia Kamayurá, no centro da reserva indígena no norte de Mato Grosso e de lá trouxe Lulu, uma menina à data com 6 anos.
Kajutiti Lulu Kamayurá tem hoje 20 anos e é apresentada como filha adotiva da ministra de Bolsonaro. A adoção, porém, nunca foi formalizada legalmente.
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A publicação ouviu dos kamayurás a história da menina e a versão difere bastante da de Damares Alves. Segundo a tribo, Lulu foi levada dali por Damares e a melhor amiga desta, Márcia Suzuk, sob o pretexto de Lulu precisar de cuidados dentários. Estas ter-se-ão apresentado como missionárias.
«Chorei, e Lulu estava chorando também por deixar a avó. Márcia levou na marra. Disse que ia mandar de volta, que quando entrasse de férias ia mandar aqui. Cadê?», disse à publicação a avó da menina.
Num primeiro momento, Damares mostrou-se disponível a responder a todas as perguntas sobre o caso mas, mais tarde, recusou-se a dar entrevista e respondeu apenas parcialmente a 14 questões colocadas pela revista.
«Todos os direitos de Lulu Kamayurá foram observados. Nenhuma lei foi violada. A família biológica dela a visita regularmente. Tios, primos e irmãos que saíram com ela da aldeia residem em Brasília. Todos mantêm uma excelente relação afetiva», alegou Damares, dizendo que a menina já voltou entretanto à aldeia e que mantém contacto com a família biológica.
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