Ministro norueguês demite-se depois de a mulher ser suspeita de o atacar
A mulher do ministro da justiça norueguês, Mikkel Wara, é suspeita de lhe fazer vários ataques – carro incendiado, ameaça anónima, contentor em chamas, inscrições de «racista» e de suásticas – e fazer crer que eram atentados.
O ministro da Justiça norueguês, Tor Mikkel Wara, demitiu-se esta quinta-feira, 28 de março, após os serviços secretos terem consolidado as acusações contra a sua mulher, suspeita da autoria de ataques contra ele e de procurar fazer crer que eram atentados.
«Há alguém que precisa de mim mais do que o Governo. A minha família», realçou Mikkel Wara, em conferência de imprensa. O ministro acrescentou que a decisão foi exclusivamente sua e que foram dias «duros» para a sua família.
Recentemente, Mikkel Wara, vítima de vários incidentes nos últimos meses sob a forma de provocações e ameaças, tinha anunciado a suspensão por tempo indeterminado das suas funções, enquanto decorria o inquérito em que a companheira é suspeita de ter ateado fogo ao seu carro.
De acordo com o Serviço de Segurança da Polícia da Noruega (PST), Laila Bertheussen, a companheira de Mikkel Wara, foi detida para interrogatório em oito crimes que visam o ministro da Justiça, desde dezembro. O incêndio ao carro, uma carta anónima em tom ameaçador dirigida a Wara, um contentor do lixo em chamas no exterior da casa de Wara e uma fachada vandalizada onde Bertheussen pintou a palavra «racista» e uma suástica são alguns dos ataques que o PST indicou.
«Trata-se de um caso muito sério que preferia ter evitado», salientou a primeira-ministra, Erna Solberg, em conferência de imprensa, que se mostrou «triste» pela situação e agradeceu ao ministro pelo seu trabalho. Segundo a agência de notícias Efe, o ministro dos Transportes, Jon Georg Dale, desempenhará, provisoriamente, as funções de Wara.
Tor Mikkel Wara, que integra o xenófobo Partido do progresso, assumiu o cargo há um ano para substituir Sylvi Listhaug, que se tinha demitido devido a um polémico ataque nas redes sociais ao Partido Trabalhista da oposição.
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