A cada 11 segundos morre uma grávida ou um recém-nascido
Estudo de instituições da ONU revela que o mundo assistiu em 2018 à morte de uma grávida ou um recém-nascido a cada 11 segundos.
Apesar dos progressos substanciais na saúde materno–infantil em vários países, o mundo assistiu em 2018 à morte de uma grávida ou um recém–nascido a cada 11 segundos, divulga um estudo de instituições da ONU.
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No estudo, conduzido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), é, contudo, realçado que mais mulheres e recém-nascidos estão a conseguir sobreviver numa escala sem precedentes, uma vez que as taxas de mortalidade materna e infantil estão em constante descida desde 2000.
«Isto é o poder de uma cobertura de saúde universal»
Desde o início do milénio, a morte de recém-nascidos desceu para quase metade, enquanto a das grávidas diminuiu em mais de um terço, avança o mesmo documento. Estas alterações devem-se maioritariamente a melhorias no acesso à saúde, assim como à qualidade dos serviços de saúde.
«Em países que dispõem de serviços de saúde seguros, comportáveis e de grande qualidade, as mulheres e os respetivos bebés estão a sobreviver e a prosperar. Isto é o poder de uma cobertura de saúde universal», informa o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Apesar disso, as estimativas revelam que 6,2 milhões de crianças menores de 15 anos morreram em 2018 e que, em 2017, mais de 290.000 mulheres morreram devido a complicações durante a gravidez ou na altura do parto. Dos 6,2 milhões de crianças que morreram, 5,3 morreram nos primeiros cinco anos de vida.
Mulheres mais «vulneráveis» após nascimento
O estudo indica que as mulheres e os recém-nascidos estão mais «vulneráveis» imediatamente depois do nascimento. Estima-se que 2,8 milhões de grávidas ou bebés tenham morrido em alguma parte do mundo em 2018. Ou seja, uma morte a cada 11 segundos. As crianças enfrentam o maior risco de morte durante o primeiro mês de vida, especialmente se nascem prematuras ou demasiado pequenas, refere o mesmo estudo.
As duas agências da ONU salientam que cerca de um terço destas mortes ocorre no primeiro dia de vida e que os restantes quase três quartos até ao final da primeira semana. «Em todo o mundo, o nascimento de uma criança é motivo de celebração. No entanto, a cada 11 segundos, o nascimento de uma criança é uma tragédia familiar», explica a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fore.
A responsável da UNICEF salienta que «um par de mãos especializado» pode fazer a diferença entre a vida e a morte, nomeadamente a ajudar as mães durante a gravidez e parto, água limpa, nutrição adequada ou vacinas básicas. E acrescenta: «Temos de fazer o que for necessário para investir numa cobertura universal na área da saúde para salvar vidas preciosas. »
Mortalidade materna em África é quase 50 vezes superior
Na África Subsaariana, os níveis de mortalidade materna são quase 50 vezes superiores do que nos países desenvolvidos. Já os dos recém-nascidos é 10 vezes superior. Em 2018, uma em cada 13 crianças na África Subsaariana morreu antes de atingir os cinco anos, o que é 15 vezes superior ao risco existente na Europa, onde as estatísticas referem a morte de uma em cada 196.
No que diz respeito à mulher, uma em cada 137 mulher na África Subsaariana corre o risco de morrer, enquanto na Europa a estatística indica uma em cada 6500. Segundo o estudo, a África Subsaariuana e o Sudeste Asiático representam cerca de 80% das mortes de grávidas e de crianças.
Registam-se «progressos substanciais»
Apesar dos números registados, é notável um «progresso substancial» na redução da morte de mulheres grávidas, de recém-nascidos e de crianças até aos cinco anos. De 1990 a 2018 houve uma redução de 56% nas mortes de crianças menores de 15 anos. Os países do leste e sul da Ásia registaram os maiores avanços na questão, tendo reduzido quase 80% das mortes de crianças com menos de cinco anos.
Bielorrússia, Camboja, Timor-Leste, Bangladesh, Cazaquistão, Malaui, Marrocos, Mongólia, Ruanda e Zâmbia são alguns dos países que mostraram «progressos substanciais» na redução da taxa de mortalidade materno-infantil. Na base «desde sucesso» está uma «vontade política» para melhorar o acesso aos serviços de saúde, lê-se no estudo.
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