Morte da menina Jéssica: “Comprou lixívia de dois litros”, diz testemunha
Já teve início a quinta sessão do julgamento do caso de Jéssica Biscaia, a menina que foi brutalmente assassinada em Setúbal por uma dívida da mãe.
A morte de Jéssica Biscaia deixou Portugal em choque. A quinta sessão do julgamento do caso da menina que foi brutalmente assassinada em Setúbal, por uma dívida da mãe, acontece nesta terça-feira, 4 de julho. A sessão atrasou 1h30 por culpa da greve dos funcionários judiciais. Antes do início do julgamento, a avó paterna mostrou-se visivelmente emocionada: “Não se faz a um animal o que fizeram à minha neta e a principal culpada é a mãe”.
Inês Tomás, a mãe, de 37 anos, está acusada de homicídio qualificado por omissão do estado de saúde da menina. Inês terá entregue a filha aos alegados homicidas, Ana Cristina Pinto [Tita], Justo Montes e a filha do casal, Esmeralda, nunca se tendo importado com as agressões violentas que a menina sofreu. Além disso, chegou a visitar a menina nua e com convulsões e nada fez, tendo sido vista até numa noite de Karaoke com o namorado. Quando finalmente a recebeu em casa, em estado grave, apenas a deitou na cama e deixou-a sozinha 5 horas.
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Agora, a mãe de Jéssica prepara-se para falar pela primeira vez em tribunal. De acordo com uma publicação diária, a sessão teve início com declarações de uma testemunha que conhece Inês e que conhecia Jéssica. “A última vez que vi a Inês estava com a Tita, com a Esmeralda e a menina”, começa por dizer. “Foi no dia em que a menina foi para o hospital. A Inês estava com a menina no colo enrolada numa manta e as duas senhoras estavam de frente para ela”, acrescenta.
“Tinha nódoa negra na cara”
Diz ainda que a menina criança tinha a cara coberta “no dia em que soube que a menina morreu”. “Só percebi que a menina estava tapada. Achei aquilo um bocado estranho porque a menina era muito mexida e eram 9h00”, lembra. “Isto foi no dia em que soube que a menina morreu”.
“Lembro-me de a menina ter ido lá à loja com a mãe. A Inês tinha ido buscar uma encomenda. Isto umas três semanas antes disto acontecer. A menina tinha nessa altura uma nódoa negra na cara. Eu perguntei, mas a Inês disse que a menina tinha caído”, assinala.
“Comprou uma lixívia de dois litros”
A segunda testemunha tem uma mercearia e conhece todos os arguidos de vista. “Lembro-me do dia em que a menina morreu porque foram polícias para perto da minha porta”, começa por recordar. “Só sei que a senhora mais velha [Tita] foi à minha mercearia comprar uma garrafa de lixívia. Foi no dia em que a menina morreu”, sublinha.
“Ela nunca ia lá comprar nada, não era minha cliente, mas nesse dia foi lá comprar a lixívia. Foi mais ou menos ao final do dia”, disse. “Ela estava descontraída, não estava aflita. Comprou uma lixívia de dois litros”.
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