As perguntas por responder no caso da mulher em coma há 26 anos e que deu à luz
O centro de saúde, onde a jovem se encontrava em coma há 26 anos, e a polícia de Phoenix, nos Estados Unidos, está a investigar o caso em cooperação. Quem violou a jovem que se encontrava incapacitada desde os 3 anos? Esta e outras dúvidas sobre o caso que chocou o mundo.
Uma jovem de 29 anos deu à luz um menino no dia 29 de dezembro de 2018, no centro de saúde Hacienda HealthCare, no Arizona, Estados Unidos. O caso ganha outros contornos uma vez que a mulher encontra-se em coma há 26 anos. Afinal, quem violou a jovem que se encontra incapacitada desde os três anos de idade? Como é que as equipas médicas que a acompanhavam não deram conta da gravidez? Esta e outras dúvidas sobre o acontecimento que está a chocar os Estados Unidos e o mundo.
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A chamada feita para o número de emergência, quando a mulher entrou em trabalho de parto, indica que a equipa médica que acompanhava a mulher não tinha conhecimento da gravidez. «Uma das nossas pacientes acabou de ter um bebé e nós não fazíamos ideia que ela estava grávida», relata uma enfermeira citada pelo jornal ‘Arizona Central’.
Tanto a mãe e o bebé foram transportados para um hospital e ambos recuperaram bem. A atenção centra-se agora na génese deste caso. As autoridades procuram agora saber quem é que violou e engravidou a mulher que está em coma desde os 3 anos.
Centro de saúde não sabia da gravidez
A chamada de emergência feita quando a mulher entrou em trabalho de parto sugere que a equipa médica não tinha conhecimento da gravidez. No entanto, não é claro para as autoridades se alguém tinha conhecimento da condição da mulher, apesar dos relatórios não terem nada apontado.
Também não se sabe se o centro de saúde tem câmaras de vigilância ou se estavam operacionais. Esta podia ser uma grande ajuda para as autoridades descobrirem quem violou e engravidou a jovem e também para perceber se se trata de um caso isolado.
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O sargento Tommy Thompson, porta-voz da polícia, explica: «Sei que aconteceu pelo menos uma vez e isso já são vezes demais».
O Departamento de Cuidados de Saúde do Arizona garantiu que «a segurança estava em dia» no Hacienda HealthCare. Gary Orman, membro da direção do centro de saúde, exige uma investigação detalhada sobre o que aconteceu. «Não vou aceitar nada menos do que um relatório completo desta situação absolutamente horrível, um caso sem precedentes que devastou todas as pessoas envolvidas, desde a vítima e a família ao pessoal do Hacienda em todos os níveis da organização.»
«Quero garantir aos nossos pacientes e aos seus entes queridos, aos nossos parceiros comunitários, às agências com as quais fazemos negócios, ao governador Doug Ducey e aos residentes do Arizona que continuaremos a cooperar com a polícia de Phoenix e as agências de investigação a todos os níveis e de todas as maneiras possíveis», concluiu.
Polícia investiga
A polícia de Phoenix está a recolher amostras de ADN de todos os homens que trabalham no centro de saúde. A investigação levada a cabo está a considerar a situação como um caso de violência sexual.
Caso o violador não seja identificado, as autoridades vão analisar as visitas recebidas pela mulher. A polícia já apelou à população para colaborar nas buscas pelo homem que violou a jovem.
Assim que este caso ‘saiu’ à rua e tomou conta de todos os meios de comunicação social, o diretor-geral do centro de saúde, Bill Timmons, demitiu-se ao fim de longos anos no cargo. Entretanto, iniciou-se uma investigação interna no centro de saúde comandada por Rick Romley, antigo procurador no Condado de Maricopa, que garantiu uma averiguação «sem limites» de como é que a mulher foi violada e de como é que esteve grávida sem que o pessoal médico se tivesse apercebido.
Afogamento ‘atira’ mulher para uma cama de hospital aos 3 anos
A identidade da jovem não foi revelada. Sabe-se apenas que tem 29 anos e que pertence à tribo índia San Carlos Apache. Segundo os registos médicos do centro de saúde, a jovem sofreu uma lesão cerebral provocada por um afogamento que a deixou à beira da morte, aos 3 anos de idade.
Desde então que se encontra em coma e «incapacitada». Os médicos descrevem-na como «incapaz de tomar qualquer decisão ou dar consentimento devido à sua deficiência».
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Em todos os registos médicos feitos ao longos destes 26 anos indicam a probabilidade de recuperação como «baixa».
O líder da tribo à qual a mulher pertence já se pronunciou sobre este caso. «Em nome da tribo, estou profundamente chocado e horrorizado com o tratamento dado a um dos nossos membros. Quando se tem um ente querido comprometido com os cuidados paliativos, quando eles são mais vulneráveis e dependentes dos outros, confiamos nos seus cuidadores. Infelizmente, um dos seus cuidadores não era de confiança e aproveitava-se dela. A minha esperança é que seja feita justiça».
Quem ficou com o bebé?
O bebé foi entregue à família da mãe. «A família está obviamente indignada, traumatizada e em choque com o abuso e negligência sofrida pela filha no Hacienda HealthCare. Mas a família quer que eu transmita que o bebé nasceu no seio de uma família afetuosa que vai cuidar dele», disse John Micheaels, advogado da família, num comunicado enviado às redações.
O advogado pediu ainda privacidade para a família nos próximos tempos: «A família está bem ciente das intensas notícias e do interesse público no caso da sua filha, mas neste momento não está emocionalmente preparada para fazer uma declaração pública».
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Texto: Redação WIN - Conteúdos Digitais
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