Monica Kambbi perdeu a família há 25 anos durante o genocídio de Ruanda – guerra civil que se deu no país em 1994 entre os dois maiores grupos étnicos: a maioria hutu e o grupo minoritário tutsi. Tal como tantas outras pessoas, Monica ainda hoje sofre com a perda dos seis filhos e do marido, durante esse período. Contudo, a história desta mulher é particularmente dolorosa, tendo em conta que foi o próprio irmão que matou a sua família com tacos com pregos.

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Hoje, ao fim de mais de duas décadas, Monica garante que perdoa um dos irmãos, que saiu agora da prisão. O outro, continua encarcerado. Ambos foram detidos pelos crimes que cometeram durante o genocídio, que inclui o assassinato do cunhado e dos seis sobrinhos. Os irmãos mataram os familiares por estes serem tutsi, ao contrário de si e da sua irmã.

«Quando olho para os olhos do meu irmão consigo ver tudo o que se passou»

Embora Monica diga que nunca vai esquecer e que foi extremamente difícil voltar a ver o irmão na aldeia, a mulher declara que desculpa o familiar. «Nunca pensei que conseguisse voltar a falar com ele. Quando olho para os olhos do meu irmão consigo ver tudo o que se passou. Mas tinha de o fazer. Preciso sarar. Eu não esqueço, mas perdoei-o», conta a viúva ao Mirror.

Paul, o irmão que foi libertado, explica que nunca houve nada que o fizesse odiar a outra etnia, mas que, na altura, era visitado por oficiais que lhe diziam que se ele não matasse os tutsi que ele seria morto. «Eu amava aquelas crianças. Mas naquele momento eu não sentia nada por eles. No momento seguinte senti-me envergonhado, eles era meus sobrinhos», recorda o irmão de Monica.

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