Mulheres são as maiores vítimas de assédio no trabalho

As mulheres são as principais vítimas tanto de assédio moral (16,7%) como de assédio sexual (14,4%) no local de trabalho, uma perseguição que também atinge os homens, segundo um estudo que será debatido hoje na Assembleia da República.

Mulheres são as maiores vítimas de assédio no trabalho

Mulheres são as maiores vítimas de assédio no trabalho.

Promovido pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) e desenvolvido pelo Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, o estudo permite conhecer a dimensão desta realidade no local de trabalho e as suas características.

Segundo o estudo, que deu origem ao livro “Assédio moral e sexual no local de trabalho”, que é apresentado hoje, 15,9% dos homens já foram vítimas de assédio moral e 8,6% de assédio sexual no trabalho.

“Para homens (38,2%) e mulheres (41,8%) a situação mais marcante é ser sistematicamente alvo de situações de ‘stress’ com o objetivo de levar ao descontrolo”, seguida da “desvalorização sistemática do trabalho (27% nos homens e 31,3% nas mulheres).

Em termos globais, 16,5% população ativa em Portugal já sofreu pelo menos uma vez durante a sua vida profissional uma forma de assédio moral e 12,6% de assédio sexual no local de trabalho, adianta o inquérito, que envolveu 1.801 pessoas, numa amostra representativa da população ativa.

No caso das mulheres sexualmente assediadas verificou-se que o autor ou autora mais frequente dessas situações é o superior hierárquico ou a chefia direta (44,7%), seguindo-se os colegas (26,8%) e os clientes, fornecedores e utentes, responsáveis por 25,1% destes “casos mais marcantes”.

Homens também sofrem

Quanto aos homens, os autores/as mais frequentes dos episódios de assédio sexual são os superiores hierárquicos e as chefias diretas (33,3%), os/as colegas (31,3%) e os clientes, fornecedores/as ou utentes (29,2%).

Comparando com os dados do primeiro inquérito sobreoassédio sexual em Portugal (1989), o estudo conclui que, nesse ano, os autores eram maioritariamente colegas de trabalho (57%), enquanto em 2015 forma os superiores hierárquicos ou chefias diretas (44,7%).

A investigação salienta ainda que, em 2015, os números do assédio sexual e moral são “muito expressivos e superiores aos que se verificam na média dos países europeus”, e que a maioria das vítimas tinha “um vínculo laboral marcado pela precariedade e pela instabilidade”.

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