Novo comandante da missão da UE em Moçambique destaca “nobreza” do mandato para apoiar “país irmão”

O novo comandante da Missão de Assistência Militar da União Europeia (UE) em Moçambique, o brigadeiro-general Luís Barroso, prometeu hoje profissionalismo no mandato que lhe foi atribuído, destacando o valor da “nobre missão de apoiar um país irmão”.

Novo comandante da missão da UE em Moçambique destaca

“Podem contar sempre com o meu apoio e profissionalismo (…) É uma grande responsabilidade representar a UE, numa tão nobre missão que é apoiar um país irmão na luta contra o terrorismo”, disse à comunicação social o português Luís Barroso, à margem da cerimónia de transferência de comando, que decorreu hoje em Maputo.

O brigadeiro-general Luís Fernando Machado Barroso, 57 anos, que era comandante do Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME, do Exército), substituiu no comando da EUTM-MOZ o major-general João Gonçalves, também português.

A União Europeia anunciou a adaptação dos objetivos estratégicos da missão, que transita de um modelo de treino para um de assistência, passando, assim, a designar-se Missão de Assistência Militar da UE em Moçambique (EUMAM Mozambique), com efeito a partir de 01 de setembro deste ano.

“É uma missão não executiva e isto quer dizer que os membros desta força não vão para o terreno fazer atividades como o acompanhamento das forças de Moçambique. Será uma atividade localizada depois de recebermos o pedido do comando das forças armadas de Moçambique”, frisou o novo comandante, acrescentando que as principais atividades serão assessoria, monitoria e treino especializado, saltando para o “apoio à estrutura de comando destas forças”.

Antes de assumir o comando do RAME, o oficial era coordenador científico dos mestrados integrados dos cursos de Infantaria, Artilharia e Cavalaria. Além dos cursos de carreira, é qualificado com o Curso de Estado-Mayor de las Fuerzas Armadas de Espanha.

É mestre e doutor pelo ISCTE-IUL em História, Defesa e Relações Internacionais.

A EUTM-MOZ, liderada por Portugal, formou em quase dois anos mais de 1.700 militares comandos e fuzileiros moçambicanos, que constituem agora 11 companhias de Forças de Reação Rápida (QRF, na sigla em inglês) e já combatem o terrorismo em Cabo Delgado, bem como uma centena de formadores.

A missão em Moçambique foi ainda financiada, através do Mecanismo Europeu para a Paz, para aquisição de todo o tipo de equipamento não letal para estas companhias de forças especiais.

Contudo, as autoridades moçambicanas já pediram várias vezes a disponibilização de material letal para reforçar o combate aos grupos insurgentes em Cabo Delgado, norte do país.

O Conselho da União Europeia (UE) anunciou em maio a prorrogação da missão de treino militar em Moçambique até 30 de junho de 2026, com um orçamento previsto de 14 milhões de euros para os próximos dois anos, que será apenas para o funcionamento da operação.

A EUTM-MOZ integra 119 militares de 13 Estados-membros, mais de metade de Portugal, mas tem a particularidade de integrar outros dois países, fora da União Europeia, que contribuem com um militar cada, casos da Sérvia e de Cabo Verde.

Os comandos e fuzileiros moçambicanos formados pela EUTM-MOZ já estão no terreno, numa altura de retirada das forças militares dos países da África Austral que apoiavam Moçambique no combate ao terrorismo, estando atualmente o Ruanda a apoiar o exército moçambicano.

Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

EAC // MLL

By Impala News / Lusa

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