O alarmante colapso da vida selvagem no Mundo e como a Europa está a travá-lo

A aniquilação de vida selvagem vem relatada num preocupante relatório da WWF – World Wide Fund para a Natureza. Em 50 anos, destruímos 76% da vida animal selvagem em África e 95% nas Caraíbas.

O alarmante colapso da vida selvagem no Mundo e como a Europa está a travá-lo

O World Wide Fund para a Natureza (WWF) lançou um novo relatório alarmante. As conclusões são alarmantes. As populações globais de vida selvagem diminuíram drasticamente ao longo do último meio século.

O Living Planet Index, que monitoriza mais de 30 mil populações de animais de mais de 5 mil espécies de todo o Globo, revela que houve um declínio de 73 por cento na vida selvagem do mundo entre 1970 e 2020. As atividades humanas são apontadas como principais impulsionadores, com destruição de habitat como o desflorestamento e a expansão agrícola.

Infographic: The Global Wildlife Collapse | Statista

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Como mostra o infográfico acima, o pior impacto na biodiversidade ocorreu na América Latina e nas Caraíbas, onde as populações de animais selvagens diminuíram em 95% desde 1970. No mesmo período, as populações de vertebrados diminuíram em 76% em África e 60% na região da Ásia e do Pacífico.

Na América do Norte, os declínios são de 39% na Europa e na de 35% na Ásia Central. O impacto das atividades humanas não se limita apenas à terra, havendo também no mar motivos alarmantes para preocupação.

Embora o estudo tenha revelado que, desde 1970, as populações globais de animais terrestres diminuíram em quase 70%, as populações de peixes de água doce diminuíram mais de 80%.

Como os esforços de conservação da vida selvagem estão a resultar na Europa

O alarmante colapso da vida selvagem no Mundo e como a Europa está a travá-lo
Símbolo do aumento dos esforços de conservação europeus, o urso pardo aumentou a população em 44 por cento entre 1960 e 2016

Apesar de as populações selvagens de espécies invertebradas, incluindo mamíferos, terem sido arrasadas em todo o mundo – desde 1970, as populações mundiais diminuíram em quase três quartos, relata o WWF – e o declínio em invertebrados ser alarmante e passar muitas vezes despercebido e subnotificado, os esforços de conservação altamente divulgados concentram-se principalmente em mamíferos maiores, com os quais o público pode relacionar-se melhor.

Os números do relatório final do projeto Rewilding Europe publicado pelo Our World in Data mostram que o projeto de repovoamento de mamíferos selvagens tem sido muito bem-sucedido no continente europeu, provando que, com vontade pública e financiamento suficientes, estes empreendimentos podem funcionar muito bem.

Os grandes mamíferos foram dizimados na Europa pela caça e, como tantas outras espécies, pela perda de habitat, relata a Our World in Data. Mas nos anos aproximadamente entre 1960 e 2016, a conservação direcionada teve efeitos extremamente positivos em certas espécies, resgatando algumas do abismo.

Os mamíferos europeus que mais conseguiram recuperar populações durante o período específico foram o castor e o bisão. Embora se estime que havia apenas alguns milhares de castores restantes na Europa na primeira metade do século XX, a população ‘saltou’ para 1,2 milhões em 2016 – um crescimento de mais de 1.670 por cento. A população menor de bisões floresceu de forma semelhante, recuperando-se em 1.626 por cento para cerca de 10 mil espécimes selvagens e semiselvagens na Europa, em 2021.

As populações europeias de camurça e lobo cinzento recuperaram em 1.000 por cento e quase 1.900 por cento, respetivamente, aproximadamente no mesmo período de tempo, enquanto o texugo e o lince puderam dobrar e mais do que quintuplicar as populações. Sucessos significativos também foram alcançados por espécies como veados vermelhos, chacais, cabras selvagens, íbex, lontras e diferentes tipos de focas grandes.

Outro símbolo do aumento dos esforços de conservação europeus, o urso pardo aumentou a população em 44 por cento entre 1960 e 2016. Projetos de conservação para o urso, assim como para o lobo e o castor, receberam elogios, mas também causaram controvérsias, pois o aumento populacional exigiu ajustes significativos (e, às vezes, sacrifícios) na agricultura, da pecuária e de outras populações rurais em relação à caça ilegal de animais e à construção de represas em rios, alterando os seus curso e comportamento.

Infographic: Some Wildlife Conservation Efforts Are Working in Europe | Statista

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