Ordem dos Médicos debate criação da especialidade de Medicina de Urgência
A Ordem dos Médicos debate criação da nova especialidade de Medicina de Urgência, apoiada por antigos e atuais diretores de serviços de urgência, mas considerada inoportuna pelos médicos de Medicina Interna.
A Ordem dos Médicos debate criação da nova especialidade de Medicina de Urgência, apoiada por antigos e atuais diretores de serviços de urgência, mas considerada inoportuna pelos médicos de Medicina Interna. Cinquenta e seis antigos e atuais diretores de serviços de urgência disseram na semana passada num manifesto que é indispensável a criação da especialidade face às “enormes insuficiências” da rede hospitalar. “Numa altura em que é bem claro para a classe médica, bem como para os cidadãos, a existência de enormes insuficiências na entrega de cuidados de urgência na nossa rede hospitalar, torna-se indispensável dar este passo real na prossecução da melhoria desses cuidados”, refere o documento a que a agência Lusa teve acesso.
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Os signatários lembram que esta é uma especialidade com mais de 50 anos “presente na esmagadora maioria dos países da Europa, nos quais constitui um dos pilares fundamentais dos cuidados médicos”, mas que só agora os médicos portugueses “vão decidir da bondade da sua criação”. Contudo, para a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a criação da nova especialidade é considerada inoportuna. Lélita Santos disse à Lusa que, “neste momento, não é oportuno [a criação da nova especialidade] e que há outras alterações e medidas estruturais que devem ser tomadas antes de se analisar a necessidade dessa especialidade”.
“Neste momento, não é oportuno e há outras alterações e medidas estruturais que devem ser tomadas”
“Para já, não concordamos e até nos opomos à criação da nova especialidade. Achamos que primeiro temos de organizar ou reorganizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse a médica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Já os diretores de serviços e de departamentos de urgência dizem no manifesto que são chamados a assumir a responsabilidade de coordenação, mas com “capacidade interventiva limitada por ausência de equipa própria, gerindo a atividade deste serviço na articulação de escalas e mediação de conflitos entre serviços e departamentos, o que se torna profundamente redutor”. “São eles quem diariamente vivenciam de perto as dificuldades da organização de cuidados e que, como ninguém, conhecem este universo labiríntico de problemas”, adiantam os médicos subscritores, antigos e atuais diretores de urgências de vários hospitais públicos e privados do país.
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