Os indícios que levaram a PJ a suspeitar de Rosa Grilo e António Joaquim
Na sétima sessão do julgamento, que decorre esta terça-feira, 22 de outubro, no Tribunal de Loures, foi ouvido Pedro Maia, coordenador da PJ, que diz ter estranhado a «tranquilidade de Rosa».
O coordenador da PJ, Pedro Maia, que acompanhou as investigações à morte de Luís Grilo prestou depoimento na sétima sessão do julgamento, esta terça-feira, 22 de outubro, no Tribunal de Loures, e explicou os indícios que levaram a PJ a suspeitar de António Joaquim e Rosa Grilo.
Inspetor pediu os dados de tráfego de Rosa Grilo e do triatleta
Pedro Maia começou por referir que estranhou a «tranquilidade de Rosa Grilo durante o desaparecimento do marido». «Trabalho nesta área há 20 anos e aquilo não era um comportamento normal.»
Em função do comportamento da arguida, o inspetor pediu os dados de tráfego de Rosa Grilo e do triatleta para perceber que contactos foram feitos nos dias antes do desaparecimento. O coordenador da PJ diz que se deparou com um «volume grande de contactos feitos entre Rosa e um número que não fazia parte da lista de contactos de Luís Grilo».
Mais tarde, confirmou-se ser o número de António Joaquim. E como não era um número presente no telemóvel de Luís Grilo, a PJ admitiu estar perante um relacionamento extraconjugal. Rosa Grilo foi «confrontada com esta situação», mas «negou», na altura, «qualquer envolvimento com António Joaquim». «Disse que tinha um casamento feliz», lembra o inspetor, que frisa o facto do depoimento da arguida apresentar algumas discordâncias ao longo da investigação.
Arguidos apagaram comunicações
Um outro fator que também foi «pertinente» para a investigação e tido em conta pela PJ foi o facto de os arguidos terem apagado algumas comunicações que tinham feito, inclusive no WhatsApp. «As listagens da operadora davam conta de comunicações que não constavam no telemóvel dos suspeitos», afirma o coordenador da investigação. «Os arguidos apagaram apenas as mensagens que mantinham entre si.»
O relatório da perícia revela que a arma de António Joaquim é de uma das marcas às quais corresponde o projéctil encontrado na cabeça de Luís Grilo. A defesa do arguido considera o documento «inconclusivo», uma vez que refere que a arma «é uma de três possíveis». O coordenador da PJ nega as declarações do advogado.
Na noite em que o crime terá ocorrido, de 15 para 16 de julho, António Joaquim terá dito à PJ, no primeiro interrogatório, que «tinha deixado os filhos com a ex-mulher» e «não tinha dormido em casa».
Depois, aquilo que é «fulcral» para a PJ nesta investigação é o facto de os telemóveis dos dois arguidos ter estado sem comunicações ao mesmo tempo, no domingo dia 15 de julho, noite em que as autoridades acreditam que o triatleta terá sido morto.
A sessão contou ainda com a presença do técnico de laboratório da PJ, que encontrou vestígios de sangue no rodapé e soalho do quarto de Rosa e Luís Grilo, e a perita criminalista que apreendeu a arma de António Joaquim.
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