Padre acusado de aliciar menor para sexo oral ouvido em tribunal

O padre Luís Miguel, acusado de ter tentado beijar e apalpar um menor, apresentou-se nesta quarta-feira no Tribunal de Viseu para o arranque do debate instrutório. “Quero chupar-te”, foi uma das 13 mensagens que enviou ao rapaz.

Padre acusado de aliciar menor para sexo oral ouvido em tribunal

O padre Luís Miguel apresentou-se nesta quarta-feira no Tribunal de Viseu, onde arrancou o debate instrutório do processo em que está acusado de dois crimes sexuais.  O advogado do sacerdote, Paulo Duarte, não quis prestar declarações, tal como a advogada da família do menor, que terá sido aliciado pelo pároco para encontros sexuais. “A nossa posição é não falar para a comunicação social. É um debate instrutório, lá dentro é que se faz justiça”, declarou Cristiana Rodrigues.

O padre solicitou a abertura da instrução para tentar travar o julgamento do caso em que está acusado dos crimes de coação sexual agravada, na forma tentada, e aliciamento de um jovem para fins sexuais. No requerimento de abertura da instrução, o pároco, de 46 anos, negou as acusações e disse que os crimes imputados são “notoriamente falsos e deploráveis”. Alegou que as provas apresentadas pelo Ministério Público se baseiam “unicamente” nas declarações do menor e nas mensagens enviadas, que sustenta terem sido “manifestamente descontextualizadas”.

«Quero chupar-te»

Quero chupar-te“, foi uma das 13 mensagens que o Luís Miguel que enviou ao menor, na altura com 13 anos, durante um almoço que aconteceu na adega do agora vice-presidente da Câmara de Viseu, João Paulo Gouveia, dá conta o Ministério Público.  Apesar de não ter sido convidado, apareceu para, alegadamente, comprar uma garrafa de vinho, e, por ser figura conhecida e respeitada da cidade, acabou por se juntar ao convívio. Pouco depois de se sentar ao lado do menor, disse estar muito barulho e pediu ao rapaz que escrevesse o número de telemóvel num guardanapo para falarem sem interrupções. O menor acedeu ao pedido e de imediato começaram as conversas. “Psiu”, terá enviado o pároco. Como não obteve resposta, repetiu a mesma mensagem.

Padre terá tentado apalpar e beijar menor

De acordo com a acusação, posteriormente convidou a vítima a ir ter consigo para lhe mostrar uma coisa, tendo esta recusado. Perante a insistência, o jovem acabou por aceitar encontrar-se na casa de banho, perguntando ao pai onde era. O progenitor acompanhou-o e entrou primeiro. O rapaz ficou à espera no corredor, onde já estava o padre e foi aí que tudo aconteceu. “O arguido aproximou-se do jovem, colocou o braço dele na zona da anca do menor, puxando-o para junto de si e aproximou os seus lábios aos dele para o beijar, pelo que o menor, apercebendo-se do propósito do arguido, desviou rapidamente a cara para o lado, evitando assim que o arguido o beijasse na boca”, dá conta o MP.

Luís Miguel Costa está em liberdade, mas sujeito a apresentações quinzenais às autoridades. Está ainda proibido de “contactar com menores de 18 anos por qualquer meio”. A defesa do menor pede pelo menos 30 mil euros de indemnização, pelos danos graves causados ao rapaz, que teve de recorrer a ajuda psicológica. Depois do crime, diz a advogada, o jovem andou revoltado, nervoso, pesaroso e ansioso. “Os danos não patrimoniais são graves e efetivos e possivelmente repercutir-se-ão por toda a vida”, ​​​​​​​sustenta.

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