Pai encontra filha sequestrada há mais de 40 anos
Passaram mais de 40 anos e Carlos Solsona não deixou de procurar a sua filha raptada durante a ditadura argentina. Hoje, aos 70 anos, vai poder finalmente encontrar-se com a sua herdeira.
Passaram mais de 40 anos e Carlos Solsona não deixou de procurar a sua filha raptada durante a ditadura argentina. Hoje, aos 70 anos, vai poder finalmente encontrar-se com a sua herdeira. O homem nada sabia sobre a criança raptada em 1977, nem sequer se era menino ou menina.
Norma Síntora foi sequestrada quando estava grávida de 8 meses, em maio de 1977, com apenas 25 anos. Desde essa altura, o seu paradeiro ficou desconhecido e até agora não havia certezas sobre o destino da criança que carregava no ventre, fruto da união com Carlos Solsona. Agora, passados 40 anos de buscas e «milhares de noites sem dormir», Solsona poderá finalmente abraçar a sua filha e conhecê-la graças ao grupo Avós da Praça de Maio que se dedica a encontrar netos sequestrados durante a ditadura militar entre 1976 e 1983.
«Ninguém tem ideia das milhares de noites que passei em branco, sem dormir, à espera deste momento», afirmou o homem numa conferência de imprensa em Buenos Aires, citado pelo El País.
«Não quero imaginar situações, pois posso lamentá-las mais tarde. Ela tem 40 anos, tem uma vida e eu caio agora na vida dela. Mas espero que seja um encontro grandioso», disse o homem, confessando que está ansioso por não saber como irá decorrer o encontro.
Gracias por tanto amor @abuelasdifusion ❤ pic.twitter.com/FLRvP81MzA
— AGENCIA PACO URONDO (@PACOURONDO) 9 de abril de 2019
Herdeira foi descoberta em 2013
Foi no ano de 2013 que a herdeira de Carlos Solsona foi descoberta. Contudo, após ser contatada para realizar um teste de ADN, a mulher acabou por desiste e só em junho de 2017 retomou o contato com as autoridades.
«Há duas semanas, a ‘nova neta’ chegou a Buenos Aires e apresentou-se à Justiça a 3 de abril. Aceitou depois realizar as análises que comprovaram ser a filha de Carlos Solsona e Norma Síntora», disse a presidente do grupo, Estela de Carlotto. «Ajudemos a reparar as feridas que a ditadura e o terrorismo do Estado nos deixou», sublinhou.
A herdeira de Carlos Solsona nasceu em abril de 1977, um mês depois da sua mãe, militante do Exército Revolucionário do Povo (ERP), ter sido sequestrada quando estava escondida na casa de uns colegas do partido. Na altura, Carlos tinha fugido para o estrangeiro. Norma Síntora deixou para trás o filho Marcos, de dois anos, que ficou ao cuidado dos avós maternos e que só voltou a encontrar já nos anos 80.
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