Pais rezam por menina diabética em vez de lhe darem insulina e criança morre
Uma menina diabética morreu em casa na cidade de Toowoomba, no sul da Austrália, depois de os pais lhe terem negado injeções de insulina ao longo de seis dias. Os pais, Jason Richard Struhs e Kerrie Elizabeth Struhs, faziam parte de um grupo de algumas dezenas de membros da seita religiosa The Saints (“Os Santos”), não filiado a nenhuma igreja naquele país.
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A seita é conhecida por opor-se a intervenções médicas, considerando-as “bruxaria”, e acreditam apenas no poder de cura de Deus. Enquanto a menina de oito anos morria, voltaram para orações e cânticos, mantendo vigília perto da cama de Elizabeth Rose. Mesmo depois de a criança ter deixado de respirar, pais e outros membros do culto eles procuraram intervenção divina para que ela “fosse ressuscitada dos mortos por Deus”.
“Elizabeth não parece estar a respirar, mas teremos uma vitória muito em breve. Deus vai salvá-la”, lia-se numa mensagem de texto trocada entre os réus, que a acusação apresentou no julgamento. Os pais e o irmão, Zachary, foram agora considerados “culpados de homicídio culposo” pela morte de Elizabeth, em janeiro de 2022.
Jason Richard Struhs, de 53 anos, e o líder da seita, Brendan Luke Stevens, de 63, foram acusados do crime mais grave de homicídio e o juiz da Suprema Corte de Queensland, Martin Burns, considerou-os também culpados de homicídio culposo. O juiz Martin Burns afirmou que, embora estivesse claro que os pais de Elizabeth e “todos os membros da igreja, incluindo todos os outros acusados”, amavam a menina, as suas ações resultaram na sua morte.
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O juiz enfatizou que a acusação não conseguiu provar que os réus demonstraram indiferença imprudente à vida, acrescentando que não restavam “dúvidas de que Elizabeth foi amorosamente cuidada em quase todos os sentidos”. Mas que, “no entanto, devido a uma crença singular no poder de cura de Deus, Elizabeth foi privada da única coisa que certamente a manteria viva”.
Burns acrescentou mais tarde que haveria “uma possibilidade razoável de que, na atmosfera claustral da igreja que envolvia Struhs, ele [o pai] nunca tivesse chegado à conclusão de que Elizabeth provavelmente morreria”. Elizabeth foi diagnosticada com diabetes tipo 1 três anos antes, em 2019, e estava sinalizada, tendo inclusive sido anteriormente hospitalizada naquele mesmo ano.
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