Vários países da UE enviam reforços para ajudar Suécia a combater incêndios
Já por duas vezes este verão a Suécia pediu assistência a Bruxelas para fazer face às dezenas de incêndios florestais que continuam ativos no país, onde só nos últimos dias arderam mais de 20.000 hectares.
França, Itália, Alemanha, Polónia, Dinamarca e Lituânia enviaram aviões de combate a incêndios, camiões e vários bombeiros para ajudar a Suécia a apagar os fogos que há vários dias afetam o país, informou hoje a Comissão Europeia.
A Suécia já recebeu dois aviões de Itália e três de França especializados no bombeamento de água, assim como um avião de reconhecimento, através do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, desde que Estocolmo solicitou reforços em 16 de julho.
Também foram mobilizados para o país escandinavo cinco helicópteros de luta contra incêndios alemães e lituanos, 44 veículos de bombeiros e 130 operacionais da Polónia e 12 veículos com 55 bombeiros da Dinamarca.
“Ajudamos a mobilizar aviões, helicópteros, veículos e forças no terreno para abordar estas enormes necessidades. Estamos em contacto com outros países para um possível apoio adicional”, vincou o comissário europeu de Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides, que também agradeceu o apoio dos Estados-membros que se disponibilizaram para ajudar o país escandinavo.
Na sexta-feira, o Governo português também se disponibilizou para ajudar a Suécia a combater os incêndios florestais, tendo informado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil dos meios prontos a enviar – dois aviões médios anfíbios e um módulo de combate a incêndios com capacidade de análise de comportamento de fogo e reconhecimento e avaliação, num total de 31 elementos e quatro veículos.
Na sequência dos incêndios florestais de 2017 no sul da Europa, e em particular em Portugal, onde morreram mas de 100 pessoas, a Comissão Europeia apresentou propostas — atualmente a serem negociadas com o Conselho (Estados-membros) – para reforçar o mecanismo de proteção civil, de modo a melhorar a sua capacidade de resposta a catástrofes naturais como os fogos, e, já em pleno verão de 2018, os pedidos de ajuda vieram da improvável Suécia.
Já por duas vezes este verão a Suécia pediu assistência a Bruxelas para fazer face às dezenas de incêndios florestais que continuam ativos no país, onde só nos últimos dias arderam mais de 20.000 hectares, tendo os primeiros aviões de combate às chamas (oriundos de Itália) começado a operar na passada quarta-feira.
Paralelamente, Bruxelas ativou o sistema de emergência da UE de navegação por satélite “Copernicus”, para auxiliar as autoridades de proteção civil suecas, o Estado-membro da UE que até agora tem tido mais problemas face à vaga de calor e seca que tem atingido os países escandinavos e bálticos – na Letónia e Lituânia, os agricultores queixam-se da seca mais grave das últimas décadas.
A mobilização do mecanismo europeu de proteção civil para combater incêndios florestais na Escandinávia ilustra bem o verão atípico que a União Europeia tem conhecido este ano, com a “capital” Bruxelas a bater Lisboa em calor e seca.
Até agora, o verão na Bélgica tem sido o terceiro mais quente e seco desde que há registos – superado apenas pelos verões de 1976 e 2010 -, com os termómetros desde meados de junho a superarem quase diariamente os 25 graus e períodos de insolação invulgarmente longos (Bruxelas apenas tinha tido tantas horas de sol em 1987). Isto depois de um inverno invulgarmente rigoroso, com o mês de dezembro (de 2017) mais escuro de que há memória, com apenas 10 horas e 31 minutos de sol para todo o mês.
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