Papa Francisco não vai rezar o Angelus na Praça de São Pedro no domingo
O Papa Francisco, hospitalizado há oito dias com pneumonia bilateral, não vai rezar a oração do Angelus no domingo na Praça de São Pedro, pela segunda vez consecutiva, informou hoje o Vaticano.

O Papa enviará um texto para publicação, mas não o lerá, disse o diretor da sala de imprensa, Matteo Bruni.
O Vaticano disse hoje numa declaração que o Papa Francisco “descansou bem”, apesar de persistirem preocupações sobre o estado de saúde do pontífice de 88 anos.
Entretanto, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, disse que as conversas sobre uma possível renúncia do Papa Francisco, internado há oito dias no hospital Gemelli, em Roma, são “especulações inúteis”.
“Tudo me parece ser uma especulação inútil. Agora estamos a pensar na saúde do Santo Padre, na sua recuperação, no seu regresso ao Vaticano: estas são as únicas coisas que contam”, disse numa entrevista ao diário italiano ‘Corriere della Sera’, hoje divulgada.
“Graças a Deus, as notícias que nos chegam de Gemelli são encorajadoras e o Papa está a recuperar”, assegurou o ‘número dois’ do Vaticano.
“Foi-lhe enviada documentação e isso significa que está a evoluir bem”, disse Parolin, que, em relação a uma possível visita do Papa, acrescentou que “é melhor que se mantenha protegido e que tenha o menor número de visitas possível, para que possa descansar e assim tornar mais eficazes as terapias a que está a ser submetido”.
Relativamente a rumores de reuniões de cardeais e notícias falsas, o Secretário de Estado disse: “Sinceramente, devo dizer que não sei se existem tais manobras e tento, em todo o caso, manter-me afastado delas”.
Por outro lado, observou, “penso que é normal que nestas situações se espalhem rumores descontrolados ou que se faça algum comentário inadequado: não é certamente a primeira vez que acontece. Mas não creio que haja um movimento específico e até agora não ouvi nada do género”.
O Papa permanecerá no hospital pelo menos durante a próxima semana até estar curado da pneumonia bilateral e poder continuar o tratamento na sua residência em Santa Marta, mas “vai levar tempo”, disse Sergio Alfieri, chefe de cirurgia do hospital Gemelli de Roma, que já operou Francisco em ocasiões anteriores, numa conferência de imprensa na sexta-feira.
Alfieri explicou que, apesar de estar a responder bem ao tratamento, “o Papa não está fora de perigo” porque tem uma infeção polimicrobiológica e pneumonia bilateral, além de andar muito pouco e ter 88 anos, o que o torna “um paciente frágil”.
Mas asseguraram que neste momento “não corre perigo de vida” e que “está muito melhor do que quando chegou”.
“O verdadeiro risco nestes casos é que os germes passem para a corrente sanguínea”, causando uma septicemia potencialmente fatal, explicou.
É por isso que, “por uma questão de precaução”, mesmo que esteja “ligeiramente melhor” e não esteja ligado a nenhuma máquina, deve ser mantido no hospital “pelo menos durante a próxima semana”, acrescentou perante uma multidão de jornalistas.
Além disso, “serão necessários dias, ou mesmo semanas, para ver a eficácia (…) das terapias que estamos a utilizar”, acrescentou.
No hospital, o Papa recebe os seus colaboradores mais próximos, lê, assina documentos e faz chamadas telefónicas.
Francisco foi hospitalizado em 14 de fevereiro inicialmente devido a uma bronquite, mas a Santa Sé revelou na terça-feira que tinha desenvolvido pneumonia nos dois pulmões, uma infeção potencialmente fatal do tecido pulmonar.
Esta hospitalização, a quarta desde 2021, está a causar grande preocupação, uma vez que o Papa já se encontra debilitado por uma série de problemas nos últimos anos, que vão desde operações ao cólon e ao abdómen a dificuldades de locomoção.
MC // ACL
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram