Pedro Proença acusa TVI de difamação
O advogado Pedro Proença, que foi despedido pela TVI, escreveu uma mensagem nas redes sociais onde acusa o canal de televisão de difamação.
Pedro Proença foi despedido pela TVI, na semana passada, na sequência das polémicas declarações que este fez ao pedir o afastamento da juíza desembargadora do caso de um pai que violou a própria filha no dia do seu 18.º aniversário. O advogado já se pronunciou e acusa o canal de televisão de difamação.
O ex-comentador do programa A Tarde é Sua, da TVI, escreveu um mensagem este sábado, 13 de abril, partilhada no Facebbok, onde acusa as direções de Informação, liderada por Sérgio Figueiredo, e de Programas, capitaneada por Bruno Santos, de difamação.
«Pergunto: será que as direções […] andaram tanto tempo distraídas? É que no comunicado da TVI acusaram-me despropositadamente de agir contrariamente aos valores e princípios que orientam a TVI na abordagem da violência doméstica, como se a violência doméstica tivesse alguma coisa a ver com o processo em causa», escreve.
Pedro Proença não se coíbe de acusar o canal de difamação. «Mas já que, de forma gravemente difamatória, me acusaram de pactuar com esse tipo de comportamento, eu pergunto: será que assistiram, como milhares de telespectadores, às dezenas de intervenções que fiz na antena da TVI ao longo destes anos a denunciar a violência doméstica e a passividade da Justiça na defesa das vítimas?»
Na mensagem, o advogado deixa duas hiperligações para o site da TVI, referentes a prestações suas no programa de Fátima Lopes em que disserta sobre o crime de violência doméstica.
As declarações que espoletaram o despedimento
Condenado pelo Tribunal de Almada, um pai que violou a própria filha no dia do seu 18.º aniversário pediu o afastamento da juíza desembargadora, Adelina Barradas de Oliveira, que iria apreciar o seu recurso no Tribunal da Relação de Lisboa, «por ser mulher e certamente mãe», afirmou Pedro Proença, o advogado do condenado.
Defende Pedro Proença que Adelina Barradas de Oliveira «deve ser substituída por um juiz homem» porque, «antes de ser magistrada, (…) é certamente mãe, o que leva a que o horror e a aversão inata ao ato de incesto confessado pelo arguido (…) e o facto de acusar a sua filha de o ter seduzido, provoquem no seu espírito, incontestavelmente, uma especial e mais gravosa oscilação na neutralidade exigida perante o mesmo».
Declarações que, segundo a mensagem publicada por Pedro Proença, esta sexta-feira, 12 de abril, no Facebook, não colidem com «os valores do respeito pelos direitos humanos, da igualdade de género, da cidadania e da justiça», pelos quais «inquestionavelmente» se rege.
O advogado assegura, até, que, nos quatro anos de colaboração com a TVI, foi um dos «comentadores que mais casos de violência doméstica denunciou e que mais se insurgiu contra a passividade do sistema judicial em defesa das vitimas». «Afirmar o contrário relativamente aos meus valores é fazer tábua rasa de todo esse histórico de colaboração e é sobretudo uma manifestação de ignorância total relativamente à minha pessoa e em relação a tudo o que fiz na TVI.»
A missiva termina com o agora ex-comentador do vespertino A Tarde é Sua a «agradecer publicamente ao Diretor de Informação da TVI», Sérgio Figueiredo, «a confiança e todo o apoio» que lhe prestou «durante esta longa colaboração que agora termina» e da qual guardará «gratas recordações». «Não prescindo […] de desejar melhores dias para a TVI», termina.
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