PM britânico diz que “não há desculpa” para violência, face a confrontos em várias cidades

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou hoje que “não há desculpa para a violência”, depois de terem eclodido confrontos em várias cidades do país onde decorrem manifestações com ‘slogans’ anti-imigração.

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O chefe do Governo, que chegou ao poder há um mês, teve hoje uma reunião de emergência com os seus principais ministros e “reiterou que o Governo apoia a polícia na tomada de todas as ações necessárias para manter as ruas seguras”, disse um dos seus porta-vozes, citado pela AFP.

Vários polícias britânicos ficaram hoje feridos, quando manifestantes de extrema-direita enfrentaram ativistas anti-racismo, na sequência de um ataque com uma faca numa aula de dança, no início desta semana, que vitimou mortalmente três raparigas e provocou vários feridos.

Com dezenas de manifestações semelhantes agendadas para este fim de semana em todo o país, a polícia montou uma operação de segurança significativa, mobilizando mais milhares de agentes para as ruas, muitos deles com equipamento de choque.

A polícia disponibilizou também mais celas de prisão e está a utilizar tecnologia de vigilância e reconhecimento facial.

A Polícia de Merseyside disse que vários polícias ficaram hoje feridos num “grave confronto” no centro de Liverpool, a cerca de 32 quilómetros do local do ataque na cidade costeira de Southport, no noroeste de Inglaterra.

Numa série de publicações nas redes sociais, a força policial que cobre Liverpool e Southport disse que “não há lugar para este comportamento desprezível que perturba a vida dos membros do público que vivem na cidade, ou dos que a visitam para desfrutar das comodidades que a cidade tem para oferecer.”

Já a Polícia de Humberside disse, em comunicado, que três polícias ficaram feridos e quatro pessoas foram detidas após confrontos em Hull, uma cidade no nordeste de Inglaterra, onde também foi vandalizado um hotel utilizado para abrigar migrantes.

Noutros locais, foram atirados tijolos contra polícias em Stoke-on-Trent, no centro de Inglaterra, e foram também relatadas lutas em Belfast, Manchester e Nottingham.

Não houve relatos de marchas de extrema-direita em Londres, onde milhares de manifestantes pró-Palestina marcharam pacificamente pela cidade para protestar contra a operação militar de Israel em Gaza.

A violência eclodiu no início desta semana, aparentemente em protesto contra o ataque de segunda-feira em Southport, que resultou na detenção de um jovem de 17 anos.

Os falsos rumores de que o jovem era muçulmano e imigrante espalharam-se online, alimentando a raiva entre os apoiantes da extrema-direita.

Os suspeitos com menos de 18 anos não são normalmente identificados no Reino Unido, mas o juiz Andrew Menary ordenou que Axel Rudakubana, nascido no País de Gales, filho de pais ruandeses, fosse identificado, em parte para impedir a propagação de desinformação.

A polícia disse que muitas das ações estão a ser organizadas online por grupos obscuros de extrema-direita, que estão a mobilizar apoio online com frases como “basta”, “salvem os nossos filhos” e “parem os barcos”.

São também esperados contraprotestos com a organização Stand Up To Racism.

MPE // MAG

By Impala News / Lusa

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