Cordão humano apela à saída digna dos últimos moradores do prédio Coutinho

A iniciativa está marcada para as 19:00 e os participantes são convidados a apresentarem-se com t-shirts brancas.

Cordão humano apela à saída digna dos últimos moradores do prédio Coutinho

Um grupo criado no Facebook convocou para segunda-feira um cordão humano em frente do prédio Coutinho, em Viana do Castelo, para apelar aos últimos moradores que desocupem o edifício e acabem com aquela situação «insustentável e indigna».

A mentora da iniciativa, Elisabete Pinto, disse este domingo, 30 de junho, à Lusa que a situação em que aqueles moradores se encontram «é chocante» e «desprovida de qualquer dignidade», pelo que «urge pôr-lhe fim».

«Além disso, a posição daqueles moradores é também completamente egoísta, porque há 19 anos que se fala da demolição daquele mamarracho, a esmagadora maioria das pessoas que lá viviam já saiu e não pode ser uma meia dúzia a pôr em causa um desígnio da cidade», acrescentou.

Moradores estão sem água, sem luz, sem gás e com a comida racionada

Segundo Elisabete Pinto, o cordão humano constituirá «um apelo» para que as pessoas «saiam com dignidade». «A situação em que se encontram, sem água, sem luz, sem gás e com a comida racionada, é indigna para os moradores e envergonha a cidade», disse ainda. O cordão humano está marcado para as 19:00 e os participantes são convidados a apresentarem-se com t-shirts brancas.

Demolição do prédio Coutinho está prevista desde 2000

A demolição do prédio Coutinho está prevista desde 2000, ao abrigo do programa Polis, por ser considerado um «aborto urbanístico», devido aos seus 13 andares.

No entanto, a batalha judicial iniciada pelos moradores vem impedindo a concretização do projeto, iniciado quando José Sócrates era ministro do Ambiente. Para o local onde está instalado o edifício, está prevista a construção do novo mercado municipal da cidade.

Moradores recusam-se a sair

A ação de despejo dos nove últimos moradores no prédio esteve prevista para as 09:00 de segunda-feira, na sequência de uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga, de abril, que declarou improcedente a providência cautelar movida em março de 2018. No entanto, os moradores recusaram sair e mantêm-se no prédio. A VianaPolis já cortou a eletricidade, o gás e a água do prédio, estando também proibida a entrada de alimentos.

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