Professor acusado de enviar mensagens às alunas deixa Faculdade de Direito
João de Freitas Mendes, o professor de Filosofia da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa acusado de assédio sexual, deixou de exercer naquela instituição.
João de Freitas Mendes, o professor de Filosofia da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) acusado de assédio sexual, deixou de exercer naquela instituição, tendo sido “substituído pela professora regente da disciplina”. A decisão terá sido tomada pelo docente que “entendeu que não tinha condições para continuar a exercer”, revelou a Faculdade em declarações ao Notícias ao Minuto. A FDUL explicou também que “a Direção abriu um processo de inquérito” para apurar os factos. Ao mesmo site, João de Freitas Mendes garante que as acusações são infundadas: “O que sobre mim veio a público esta semana é totalmente falso“.
De acordo com uma reportagem da CNN Portugal, o docente de Filosofia de Direito entrava em contacto com as alunas através das redes sociais, convidando-as para “beber café ou uma cerveja”. Quando não respondiam ou rejeitavam as investidas, eram insultadas. “As relações pessoais que tive e tenho com estudantes, entre eles alguns e algumas dos meus antigos – e nunca atuais – alunos, estão objetivamente enquadradas e direcionadas para vários projetos conjuntos, sejam grupos de discussão ou revistas universitárias”, defende-se o professor no Facebook, garantindo que tal é “fácil de comprovar”. “Não aceito que denúncias anónimas possam servir para vinganças pessoais”, acrescentou.
Professor da Faculdade de Direito enviou mensagens pessoais às alunas
Guilherme W. d’Oliveira Martins, um dos professores alvo de denúncias de alunas por lhes enviar mensagens de madrugada através do Facebook, questionou-as se moravam sozinhas e onde viviam. (… continue a ler aqui)
Freitas Mendes garante que continua ao lado dos estudantes na luta contra o assédio
Ainda assim, garante que continua “ao lado dos estudantes”. “Sei que a luta contra o assédio é justa e necessária para termos instituições decentes em que cada pessoa possa exercer a sua liberdade sem medo de represálias ou tentativas de condicionamento – de que entretanto me tornei eu mesmo o alvo. Sem direito a contraditório. Sou, para além do mais, insuspeito de compactuar com o estado atual da universidade, tendo publicado textos e desenvolvido atividades abertas a todos sobre o assunto”, afirmou. Por fim, diz não desejar “provar uma perfeição geral” que não tem nem procura ter, “mas apenas esclarecer o que de falso se disse e extrapolou”.
“Fi-lo porque não aceito ser usado como ‘cortina de fumo’ para práticas reiteradas, tradicionais e verdadeiramente inaceitáveis de pessoas que, ao contrário de mim, estão há muito tempo em posições de poder e têm defesas sistemáticas – familiares, económicas, ideológicas, factuais, e corporativas – onde eu não tive nenhuma, tirando esta que redigi e que agora vos dou a ler”, escreveu ainda na rede social. João Freitas Mendes escreveu um artigo, publicado há cerca de duas semanas no site esquerda.net, no qual aborda diretamente as queixas feitas por alunos daquela instituição. No texto ‘Antiguidade e lei da selva’, João Freitas Mendes refere que “as denúncias de assédio [naquela faculdade] não surpreendem” e defende que “o abuso de poder é uma constante em instituições abertas, quanto mais em instituições fechadas”. João Freitas Mendes cessou funções naquela instituição nesta quarta-feira, 20 de abril, e já terá informado os alunos da sua decisão.
Foto: Reprodução Facebook
Professor da Faculdade de Direito de Lisboa acusado de exigir sexo a alunas
São mais de trinta os professores Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa acusados de assédio e discriminação. Um deles terá prometido boas notas em troca de sexo. (… continue a ler aqui)
Siga a Impala no Instagram