A dívida do BES – Banco Espírito Santo – quase triplicou desde a resolução, em 2014. A situação repete-se com o fundo de pensões, que ainda paga a reforma de Ricardo Salgado (90 mil euros brutos por mês) e de outros antigos administradores. Em 2019, a dívida era já de 6,4 mil milhões de euros, quase o triplo dos 2,6 milhões de há cinco anos, 2014. O ativo do banco mau vale, apenas, 2,8% do devido aos credores, que podem exigir o resto da dívida ao Fundo de Resolução. Ou seja: aos contribuintes.

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Quanto ganharam Ricardo Salgado e outros ex-gestores em 2019

O buraco do fundo de pensões, agora no valor de 49,3 milhões de euros, também triplicou. Independentemente de a dívida ter disparado dessa forma, no ano passado foram pagos 776 mil euros a dez ex-gestores, onde Ricardo Salgado estará incluído. Pelas contas de 2019, a instituição mantém nove funcionários a auferirem salários brutos num total de 553 mil euros anuais, aproximadamente 4.400 por mês a cada um.

Contribuintes poderão ter de passar a pagar reforma de Salgado

Como o património do BES também desvalorizou, dos 193 milhões em 2014 para os 180,8 no ano passado, e de acordo com autorização da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, o património do Fundo de Pensões irá igualmente cair. Como, em 16 de junho de 2020, aquela autoridade autorizou a extinção da quota-parte do património do Fundo da responsabilidade do BES, Ricardo Salgado e os outros antigos administradores poderão passar a reclamar pensões ao Fundo de Resolução. Ou seja, aos contribuintes.

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