Uma discussão sobre o destino a dar a terrenos levou à morte de Deolinda Lopes. A mulher queria vendê-los, mas o marido pretendia dar os mesmos às filhas. Na madrugada de 2 de novembro de 2020, a idosa de 74 anos foi assassinada com quatro facadas. O homicida ligou depois a um filho, que foi até à casa e encontrou a mãe morta. Por indicação dos meios de socorro, o homem ainda tirou a faca que estava espetada nas costas da vítima e tentou estancar o sangue, mas sem sucesso.

Joaquim foi detido logo após o crime e vai começar a ser julgado já em setembro. Responde por homicídio qualificado e posse de arma proibida. A acusação alega que a vítima e o homicida estavam casados há 49 anos e tinham sete filhos. Na madrugada do crime, o casal estava no quarto e começou a falar sobre os terrenos. “Merecias levar uma chapada”, disse Joaquim à mulher. A discussão subiu de tom e o homem foi à cozinha buscar uma faca com a qual atingiu a mulher no pescoço, no peito, no abdómen e nas costas. “Não me f**** mais”, disse antes de desferir as facadas.

Homicida desmaiou depois do crime

Após o violento homicídio, Joaquim ainda chamou por uma das filhas, que vivia no rés do chão, mas acabou por desfalecer. Acordou pouco depois e ligou para um dos filhos para lhe dar a notícia. “Vou preso, matei a tua mãe”, disse. O filho dirigiu-se de imediato para a casa dos pais, mas já não conseguiu fazer nada.

O Ministério Público dá conta de que o crime foi violento e que a vítima não tinha feridas defensivas. “Ao desferir facadas com a faca de cozinha no corpo da esposa,usando instrumento com grande potencialidade letal e atingindo a vítima em órgãos vitais, o arguido sabia que podia provocar-lhe a morte, propósito que visava alcançar e que ocorreu”, lê-se na acusação.

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