ALERTA | Trabalhadores dos supermercados em greve na véspera de Natal
Trabalhadores dos supermercados avançam pré-aviso de greve para o dia 24 de dezembro. Em causa está o falhanço das negociações com as empresas.
O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) lançou um pré-aviso de greve dos funcionários dos supermercados para o dia 24 de dezembro.
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Em comunicado, a estrutura sindical avança que os trabalhadores das empresas de distribuição (super e hipermercados, armazéns e logísticas das empresas de distribuição, grandes armazéns e lojas especializadas) «vão estar em greve dia 24 de dezembro de 2018». Em causa está o falhanço das negociações com as empresas.
Em declarações à Lusa, o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, diz que as empresas que representa «compreendem as razões da convocação da greve». No entanto, a entidade «não considera que as negociações estejam a correr mal».
«O processo é longo, são matérias difíceis e tem havido progressos. Não é fácil, sobretudo se tivermos em conta que há um enquadramento neste momento em Portugal que provoca algum distúrbio, como o anúncio do salário mínimo para 2019», afirmou.
O CESP, por sua vez, garante que, depois de «26 meses de negociação», as empresas representadas pela APED e que incluem a «Sonae, Pingo Doce/Jerónimo Martins, Auchan, Lidl, Dia/Minipreço, El Corte Inglés e muitas outras, continuam a não apresentar propostas de verdadeiro aumento dos salários e correção das injustiças e discriminações existentes».
O sindicato diz depois que, «pelo contrário, continuam a querer reduzir o valor do trabalho extraordinário e desregular ainda mais os horários de trabalho com a introdução do banco de horas no CCT [Contrato Coletivo de Trabalho]», lê-se na mesma nota.
Gonçalo Lobo Xavier conta que esta segunda-feira houve «um encontro no Ministério do Trabalho e os sindicatos manifestaram o seu descontentamento com a proposta avançada [pela APED]».
Trabalhadores descontentes
O CESP mostra-se descontente com o andamento das negociações, salientando que «permanece em cima da mesa uma proposta de aumento de 3,21 euros (0,5%) para os operadores e escriturários especializados da tabela A», além de colocar, segundo o sindicato, a generalidade dos trabalhadores «próximos do salário mínimo nacional».
Os trabalhadores acusam ainda a APED de ter apresentado uma proposta «discriminatória», já que fala em aumentos de chefias e quadros de 1,14%.
«Esta proposta permanece inalterada quando as empresas e a APED sabem já que é intenção do Governo fixar o SMN [salário mínimo nacional] nos 600 euros», critica o CESP.
De acordo com a respetiva tabela e escalão, os trabalhadores da distribuição têm salários entre os 580 euros e 630 euros.
O sindicato acusa as empresas de quererem manter a distribuição como um setor de salário mínimo nacional, referindo que com a proposta em cima da mesa a evolução salarial desde a admissão até ao topo de carreira, para os trabalhadores dos escritórios e lojas, «será de 30 euros», quando na penúltima revisão do CCT, em 2010, era de 139,5 euros.
A APED salienta ainda que tudo será feito para «minimizar o impacto de greve para os consumidores», na véspera de Natal.
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Texto: Redação WIN com Lusa - Conteúdos Digitais
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