Tribunal de Maputo começa a julgar 28 arguidos por corrupção no Ministério da Agricultura

Vinte e oito arguidos começaram hoje a ser julgados em Maputo, acusados de desviar 170 milhões de meticais (2,3 milhões de euros) do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), no processo com mais réus da história de Moçambique.

Tribunal de Maputo começa a julgar 28 arguidos por corrupção no Ministério da Agricultura

Vinte e oito arguidos começaram hoje a ser julgados em Maputo, acusados de desviar 170 milhões de meticais (2,3 milhões de euros) do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA), no processo com mais réus da história de Moçambique.

O dia de hoje foi dedicado à leitura da acusação, com o Ministério Público a acusar os réus de terem simulado financiamentos a projetos agropecuários forjados para beneficiarem das verbas desviadas.

Num documento com 64 páginas, a acusação visou principalmente Setina Titosse, ex-presidente da FDA, entidade tutelada pelo Ministério da Agricultura, acusando-a de ter mobilizado familiares, amigos e terceiros para a abertura de contas bancárias usadas para drenar o dinheiro.

De acordo com o Ministério Público, Setina Titosse pagou bónus equivalentes a salários, a si e aos restantes trabalhadores da FDA, em datas festivas, incluindo no dia 04 de outubro, Dia da Paz em Moçambique, com o argumento de que a importância da efeméride merecia que fosse passada com “dignidade”.

Ainda segundo a acusação, com o dinheiro do desvio, os arguidos compraram dez imóveis, incluindo dois na estância turística de Bilene, província de Gaza, sul de Moçambique, sete carros e gado e outros receberam recompensas em dinheiro pela participação na fraude.

O Ministério Público deu a conhecer que o património adquirido com os recursos ilicitamente apropriados pelos réus está à guarda das autoridades judiciais.

Setina Titosse também terá recebido subornos como pagamento por ter adjudicado contratos de prestação de serviços e fornecimento de bens a várias empresas, incluindo uma de Espanha.

Em declarações aos jornalistas, antes do início do julgamento, a antiga presidente da FDA afirmou que o Ministério Público não produziu provas dos factos que lhe são imputados.

“Espero que eles provem o que estão a dizer, porque não estão reunidas as provas das acusações que me fazem”, afirmou Setina Titosse.

Além da ex-presidente do FDA, entre os arguidos estão antigos gestores da instituição, contabilistas, engenheiros agrónomos, um técnico aduaneiro, empresários e cidadão do Uganda.

 

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