Ucrânia: Frelimo defende abstenção, oposição moçambicana condena “barbaridades”
A Frelimo, partido no poder em Moçambique, defendeu hoje que o país não deve ser “arrastado” para o conflito entre Rússia e Ucrânia, enquanto a oposição parlamentar condenou “as barbaridades e invasão” de Moscovo.
“Quanto ao conflito Rússia–Ucrânia, não arrastemos o nosso país para um problema que não é nosso”, declarou o chefe da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Sérgio Pantie, na intervenção de abertura da sessão da Assembleia da República. Sérgio Pantie respondia a uma declaração do deputado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), António Muchanga, que deplorou a abstenção do Governo moçambicano, liderado pela Frelimo, na resolução das Nações Unidas que a 24 de março condenou a invasão russa da Ucrânia. O chefe da bancada do partido no poder disse que Moçambique tem “os seus próprios problemas”, como o “terrorismo na província de Cabo Delgado”.
Fique a saber o que aconteceria ao mundo com a explosão de todas as bombas nucleares
Em 2019 existiam 15 mil armas nucleares em todo o mundo e uma explosão simultânea teria poder suficiente para acabar com a raça humana (… continue a ler aqui)
“A posição de Moçambique foi várias vezes tornada pública, que é pugnar pela paz e pela resolução de conflitos sem o uso da força”, enfatizou. A Renamo, através do deputado António Muchanga, deplorou a abstenção do Governo moçambicano, acusando Moscovo de cometer “barbaridades”. “Pedimos a esta casa [parlamento] que aprove uma moção de condenação aos assassinatos que estão a ser cometidos pelo senhor Vladimir Putin”, Presidente da Rússia, disse. Por seu turno, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, também repudiou a guerra movida pela Rússia contra a Ucrânia, assinalando que “qualquer agressão e invasão devem ser condenadas”.
“A posição do MDM é bem clara: condenámos essa agressão”, declarou o chefe da bancada do MDM, Lutero Simango. A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou a 24 de março, com uma esmagadora maioria de 140 votos, uma resolução responsabilizando a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia devido à guerra. A resolução, apresentada pela França e pelo México e apoiada pela Ucrânia, obteve 140 votos a favor, cinco contra e 38 abstenções, dos 193 Estados-membros das Nações Unidas. Votaram contra este texto a Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Eritreia, e entre os países que se abstiveram estão Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Siga a Impala no Instagram