Enterrou Valentina no pinhal e foi para casa ver a telenovela Amor de Mãe
Márcia conta em tribunal que largaram Valentina no pinhal e que depois foram para casa ver a telenovela e que não salvou a enteada com medo de reação Sandro.
Márcia, madrasta de Valentina, contou em tribunal que depois de ela e Sandro terem enterrado a criança voltaram para casa ver a telenovela Amor de Mãe. O corpo da menina de nove anos foi largado num pinhal da Serra D’ El-Rei, a nove quilómetros de Atouguia da Baleia, Peniche, onde viviam. O relato foi feito no primeiro interrogatório judicial e reproduzido nesta quarta-feira, 24 de março, no decorrer da segunda sessão do julgamento, no auditório municipal da Batalha.
Márcia chorou praticamente durante toda a audiência. Pediu para sentar-se várias vezes ao longo das duas horas de interrogatório e vincou em diversas ocasiões o amor pelos filhos e o medo que tinha de ser presa e de ficar sem eles.
Explicou, entre soluços e os lamentos descritos, como Valentina foi espancada e deixada a morrer no sofá. Revelou ainda os pormenores de como, já noite cerrada, ela e Sandro levaram o corpo da criança para o pinhal.
Ao regressarem a casa, Sandro “seguiu para o quarto” e Márcia ficou a assistir a Amor de Mãe, telenovela que acompanhava diariamente. O ato de “indiferença” levou o juiz de instrução, irónico, a registar que “tinha amor de mãe e olhava pelos filhos, mas havia ali alguém que não tinha ninguém a olhar por ela, a Valentina”.
Márcia não pediu ajuda para Valentina por “medo de ser presa”
Márcia admitiu que não pediu ajuda para Valentina por ter “medo de ser presa” e de “ficar sem os filhos”. As declarações prestadas ao juiz de instrução, em maio do ano passado, coincidem com as que fez na primeira audiência de julgamento, já em fevereiro deste ano.
A madrasta de Valentina ouviu as declarações de olhos quase sempre postos no chão, mas desta vez não chorou. No final, confirmou “tudo” o que tinha dito nesse dia, quando questionada pela Procuradora do Ministério Público.
Sandro, que na audiência desta quarta-feira, 24 de março, esteve permanentemente em silêncio e sem reação perante, disse somente que ficou a ver “séries policiais” enquanto a filha estava prostrada no sofá da sala depois de espancada “na cozinha” e “na casa de banho”, factos confirmados pelo filho de Márcia, de 13 anos.
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