Vereador do Rio de Janeiro mata enteado de 4 anos
Henry Borel Medeiros, um menino de quatro anos, foi encontrado inconsciente no quarto. Autópsia revela “hemorragia interna”, “laceração hepática” e danos no fígado.
No dia 8 de março, o Brasil acordou com a notícia de uma morte inexplicável. Um menino de quatro anos, Henry Borel Medeiros, foi encontrado inconsciente no quarto e levado para o Hospital Barra D’or pela mãe, Monique Medeiros, e pelo companheiro, o vereador Jairo Souza Santos.
Quando chegou à unidade hospitalar o menor já não tinha sinais vitais. O corpo de Henry, que estava repleto de hematomas e edemas, levou os médicos a aconselharem o pai, Leniel Borel, a apresentar queixa na polícia para que a morte do menino pudesse ser investigada.
Começava, assim, a montanha russa de um caso que está a chocar os brasileiros pela brutalidade dos factos e pelos contornos macabros que o envolvem.
Monique Medeiros e o vereador Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como Doutor Jairinho, conheceram-se no final de agosto de 2020, num almoço na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Menino encontrado com os «olhos revirados»
O romance começou de imediato e dois meses depois já estavam a viver juntos. Monique mudava-se, assim, para o apartamento do companheiro com o filho Henry.
A mãe de Henry confessou ter acordado com barulhos estranhos vindos do quarto do filho. Ao tentar socorrê-lo, encontrou a criança desmaiada, “com os olhos revirados e sem respirar“.
À polícia, o casal alegou que o menino tinha sofrido um acidente e caído da cama, mas a autópsia provou o contrário e levantou suspeitas sobre a versão contada pela mãe e pelo companheiro.
Segundo o relatório do Instituto de Medicina Legal, divulgado pelos média locais, as causas da morte foram uma “hemorragia interna” e “laceração hepática“, danos no fígado, resultantes de uma “ação forçada”, ou seja violenta.
Casal limpou a casa antes da chegada dos peritos
O facto de Jairinho ter tentado evitar que o corpo de Henry fosse examinado no Instituto de Medicina Legal, a frieza dos comportamentos da mãe que nunca chorou a morte do filho, bem como o facto de não terem colaborado na reconstituição do crime no apartamento, fez com que a polícia desconfiasse do casal.
Além disso, Monique e o companheiro preocuparam-se em limpar a casa antes de os peritos chegarem e deitaram fora os telemóveis com o objetivo de condicionar a investigação.
Depois de um mês a investigar o crime, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, na quinta-feira, Monique Medeiros e o vereador Jairinho. O casal é acusado de homicídio qualificado, de atrapalhar a investigação e ainda de ameaçar testemunhas para que corroborassem a versão deles.
O casal foi detido na casa de um familiar de Monique, com as “malas prontas para fugir“. Numa declaração à CNN, Marcos Kac revelou que foram encontradas duas malas cheias de roupa durante a diligência da Policia Civil, que decretou a prisão temporária do casal. O vereador e a esposa devem permanecer presos durante, pelo menos, 30 dias.
O delegado Henrique Damasceno acredita que Jairinho foi o autor das agressões e que a mãe de Henry foi conivente com a violência. “Não restam dúvidas, em relação aos elementos que nós temos, sobre a autoria do crime”, admitiu o delegado em conferência de imprensa.
Há “provas muito fortes, muito convincentes, a respeito da dinâmica e da participação de cada um deles no crime”, garantiu Damasceno, responsável pela investigação.
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