Portugueses terão imunidade após a atual vaga e a covid-19 será como a gripe

Fim da pandemia em Portugal poderá acontecer em fevereiro, defendem especialistas. Vacinação e contágios vão contribuir para super imunidade. E a covid-19 vai passar a ser encarada como outras doenças.

Portugueses terão imunidade após a atual vaga e a covid-19 será como a gripe

A fase pandémica está mesmo a chegar ao fim e todos os portugueses terão imunidade após a atual vaga da pandemia, o que deverá acontecer depois fevereiro, e a covid-19 vai evoluir para uma “doença residente” como a gripe ou a herpes, prevê o Instituto Superior Técnico. “Entre vacinação e infeção, depois do final de fevereiro toda a população terá alguma imunidade ao vírus” que causa a covid-19, refere o relatório do grupo de trabalho de acompanhamento da pandemia do Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa, que adianta que, a partir de meados do mês que vem, é a altura de “preparar o pós covid-19 em Portugal”.

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“Os sistemas de saúde terão agora de preparar a resposta para as pessoas em número a estimar que poderão sofrer de `longo covid´ e manter alguma reserva de resposta para eventuais variantes”, alerta o grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço. O documento sublinha ainda que a “imunidade de grupo não se poderá alcançar e este vírus passará a fazer parte das preocupações futuras, como a gripe sazonal e muitas outras doenças”. “Podemos considerar que a covid-19 passará a ser uma doença residente na Europa em geral e em Portugal em particular. O que não obsta a que se relaxem os mecanismos da avaliação, monitorização e resposta a esta doença em geral e a outras pandemias que, no futuro, são expectáveis”, alerta o relatório.

Segundo os investigadores, o pico da 5.ª vaga irá acontecer entre 1 e 12 de fevereiro, a imunidade ao vírus será grande e este ficará sem espaço para continuar a crescer em março. Quatro a sete dias depois, adiantam, começará a registar-se uma descida “acentuada” dos casos positivos “por saturação dos imunizados e redução dos suscetíveis”, ou seja, de pessoas disponíveis para serem facilmente infetadas com a Ómicron, como os não vacinados.

Segundo preveem os especialistas do Técnico, a covid-19 passará a ser uma doença a “longo prazo como em tempos foram poliomielite, sarampo ou varíola” ou, atualmente no mundo, a “dengue, febre-amarela, gripe, hepatite, herpes, HPV e SIDA, entre tantas outras”.

Portugal deve atingir os 150 mil casos no pico da atual vaga

No pico da incidência da atual vaga pandémica, Portugal deve atingir um valor real de 150 mil casos de infeção, dos quais serão visíveis apenas 60 mil a 65 mil casos que se obtém ao nível de saturação de testes. “Prevemos que, em média a sete dias, não se supere os 50 óbitos por dia até 31 de janeiro”, refere o documento, referindo que, relativamente aos isolados, a campanha eleitoral “extremamente participada e os contágios descontrolados nas escolas” levaram estes números a superar mais de um milhão. “Prevemos um número de casos em isolamento acima de 1.050.000 para o dia 30 de janeiro”, o que terá como consequência que o pico da incidência ocorra mais tarde, entre o início de fevereiro e o dia 12 do mesmo mês.

A imunidade ganha pela população portuguesa no final desta 5ª vaga, está já, segundo os autores deste relatório, confirmada “por quase todos os investigadores que têm analisado o impacto do covid-19 Portugal”, incluindo a nível europeu pelo diretor da Organização Mundial de Saúde para a Europa, Hans Kluge, a 23 de janeiro.

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