PR moçambicano aberto à convergência de ideias após reunião com Mondlane
A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, defendeu hoje que o encontro entre o Presidente da República e o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane aponta para um estadista “aberto à convergência de ideias”.

“O recente encontro (…) reafirma a sua postura de estadista aberto à convergência de ideias e ao fortalecimento da unidade nacional”, lê-se num comunicado.
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, que é também líder da Frelimo, reuniu-se este domingo com o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane para “discutir soluções face aos desafios que o país enfrenta”, anunciou esta madrugada a Presidência da República.
Em comunicado, a Presidência explicou que o encontro, o primeiro entre os dois divulgado publicamente depois do início da contestação nas ruas que se seguiu às eleições gerais de 09 de outubro, aconteceu em Maputo e inseriu-se “no esforço contínuo de promover a estabilidade nacional e reforçar o compromisso com a reconciliação e a unidade dos moçambicanos”.
A Frelimo defende que o encontro entre o Presidente de Moçambique e Venâncio Mondlane representa o compromisso do chefe do Estado para com o “diálogo construtivo e inclusivo”, cujo objetivo é garantir a estabilidade política e social do país.
“A estabilidade e a unidade nacional são pilares essenciais para o progresso de Moçambique. Nestes dois meses desde a sua investidura, Daniel Chapo tem demonstrado, com ações concretas, que a governação deve assentar na inclusão, na justiça social e no respeito mútuo, promovendo um país onde a dignidade humana seja um valor central e inegociável”, acrescenta-se no documento.
O encontro entre Daniel Chapo, eleito Presidente, e Venâncio Mondlane, que ficou em segundo lugar, embora não reconheça os resultados oficiais das eleições gerais de 09 de outubro, aconteceu poucas semanas depois da assinatura, em Maputo, a 05 de março, do Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo entre o Presidente da República e nove formações políticas que “participaram nas sessões de diálogo político até então realizadas”, recordou a Presidência.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane.
Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 361 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
PME (PVJ) // JMC
By Impala News / Lusa
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