Raspadinhas | Vício leva portugueses a gastarem 160 euros por ano neste jogo

Um estudo de dois psiquiatras portugueses publicado esta sexta-feira na revista científica The Lancet Psychiatry refere que existem cada vez mais pessoas a recorrerem a médicos para combater doenças de jogo patológico.

Raspadinhas | Vício leva portugueses a gastarem 160 euros por ano neste jogo

Há cada vez mais pessoas a recorrerem a ajuda médica para tratarem problemas de jogo relacionado com as raspadinhas. É fácil, barato e tem um retorno imediato. Por isso, não é de estranhar que cada português tenham gasto 160 euros neste jogo da sorte, em 2018. Este é apenas um dos muitos dados recolhidos pelos psiquiatras portugueses Daniela Vilaverde e Pedro Morgado num estudo sobre o crescimento das lotarias instantâneas em Portugal, publicado recentemente na revista científica The Lancet Psychiatryas.

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Os investigadores do Hospital de Braga afirmam neste estudo revelado que as vendas da raspadinha aumentou bastante desde 2010 e, em 2018, a Santa Casa recebeu com a lotaria cerca de 1,6 mil milhões de euros – aproximadamente 160 euros gastos por cada português – e o equivalente a mais de quatro milhões euros por dia. Muito mais do que os espanhóis, cujo valor das apostas neste jogo ronda os 14 euros.

Raspadinhas «têm uma frequência rápida e intervalos de pagamento curtos»

«Os números em Portugal são brutais quando comparados com Espanha – e com o resto da Europa. Gastamos demasiado dinheiro em raspadinhas e isso significa que o número de pessoas com problemas de jogo patológico, adição ou vício do jogo, associado a raspadinhas também é potencialmente maior», alerta Pedro Morgado, num comunicado da Universidade do Minho enviado às redações.

Segundo Daniela Vilaverde e Pedro Morgado as raspadinhas «têm o potencial de encorajar o jogo excessivo porque estão associadas com experiências recompensadoras, têm uma frequência rápida e intervalos de pagamento curtos». Os psiquiatras referem ainda no estudo que, até à data, não foram feitos «estudos epidemiológicos em Portugal. Existe, porém, a perceção de um número cada vez maior de doentes que procuram tratamento médico para problemas de jogo compulsivo associados a este tipo de lotaria.»

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