Nuvola Angelini é italiana e vive nas ruas de Cambridge desde maio de 2017. Depois de perder o emprego no Hospital Addenbrooke, a mulher ficou sem recursos de subsistência e as ruas passaram a ser a sua casa.

Há cerca de nove meses sem teto, Nuvola já viveu e presenciou os piores horrores das ruas. Desde violações, espancamentos e roubos, resultado de uma onda de crimes que ameaça o Reino Unido.

Ao Cambridge News, a mulher revelou ter sido atacada, antes do Natal passado, por um grupo de homens, enquanto dormia acompanhada por uma amiga.

«Os cinco homens passaram e começaram a insultar-me.Um deles empurrou-me, começou a pontapear-me as pernas e a cuspir na minha cara. Ele agrediu a cara da minha amiga usando um cinto», começa por contar a sem-abrigo.

“Eu corri para cima e para baixo realmente assustada e pedi ajuda a 26 pessoas. Eu sei porque eu as contei. Elas simplesmente viraram-me as costas e não ajudaram. Pedi ajuda aos taxistas, mas eles acabaram por fechar as janelas”, conta.

Assédio sexual diário

Mas a violência não se fica por aqui. A sem-abrigo conta ainda ter sido abordada por um dos atacantes com uma oferta sexual:

«Perguntou-me se eu lhe faria sexo oral por dinheiro. Eu não sou uma prostituta», acrescentando: «todas as manhãs, tardes e noites, os homens pedem-me sexo e nem sempre estão alcoolizados. Não importa qual a idade deles, é uma coisa diária. Só precisas de te defender e não mostrar nenhum medo».

Os crimes em Cambridge contra sem-abrigos têm aumentado ano após ano.  Em 2015 foram registados 19 crimes, aumentando para 45 em 2016, sofrendo um decréscimo para 32 em 2017, segundo a polícia de Cambridgeshire. De entre estes crimes registam-se 11 violações, oito assaltos e dois sequestros. A juntar às agressões por ódio racial, ameaças de morte, roubos, assaltos, etc.

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Entre 2013 e 2014 tinham sido apenas denunciados cinco crimes, o que prova que grande parte dos mesmos não são reportados à polícia, tal como aconteceu neste caso. Um porta-voz da polícia de Cambridgeshire afirma existir um empenho na proteção dos “mais vulneráveis da sociedade” e que é preocupante o aumento do número de crimes contra sem-abrigos.

Foto:  Divulgação Cambridge News

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